Cristiano Cruz
Leiria , 1892 – Silva Porto, Angola , 1951
Médico veterinário de profissão, teve na arte uma formação autodidacta que se iniciou pela via da caricatura e do desenho, campos que se revelaram fundamentais na introdução do Modernismo em Portugal. Aliás, foi Cristiano quem deteve um papel pioneiro, entre 1908 e 1913, na ruptura com os convencionalismos oitocentistas dominantes, exercendo uma importante influência sobre a geração mais jovem. Procurou também para o desenho plataformas de expressão, organizando os Salões dos Humoristas (1912 e 1913), ou o projecto, não concretizado, de uma Sociedade dos Humoristas Portugueses.
Marcados pela sátira e formalmente caracterizados por uma linha sintética e autónoma que despoja de narrativas a crítica humorística, os seus desenhos pretenderam abrir uma nova via no desenho humorístico. Em 1913, começa a dedicar-se quase exclusivamente à pintura onde, mantendo um certo cunho gráfico, alia o simbolismo do assunto ao expressionismo formal.
Em 1917 é mobilizado para a guerra pelo Corpo Expedicionário Português, permanecendo na frente francesa até 1918 e aí realizando algumas das suas melhores obras. Nesse ano regressa a Lisboa, mas parte imediatamente, em 1919, para Lourenço Marques (Moçambique). Daqui enviou obras para o 3.º Salão dos Humoristas (1920). Um episódio afectaria profundamente o seu carácter depressivo: foi preterido num concurso de cartazes perante um jovem artista. Este facto levou-o a abandonar a arte e a converter esta viagem num exílio que se prolongaria até à sua morte.
Maria Jesús Ávila
Marcados pela sátira e formalmente caracterizados por uma linha sintética e autónoma que despoja de narrativas a crítica humorística, os seus desenhos pretenderam abrir uma nova via no desenho humorístico. Em 1913, começa a dedicar-se quase exclusivamente à pintura onde, mantendo um certo cunho gráfico, alia o simbolismo do assunto ao expressionismo formal.
Em 1917 é mobilizado para a guerra pelo Corpo Expedicionário Português, permanecendo na frente francesa até 1918 e aí realizando algumas das suas melhores obras. Nesse ano regressa a Lisboa, mas parte imediatamente, em 1919, para Lourenço Marques (Moçambique). Daqui enviou obras para o 3.º Salão dos Humoristas (1920). Um episódio afectaria profundamente o seu carácter depressivo: foi preterido num concurso de cartazes perante um jovem artista. Este facto levou-o a abandonar a arte e a converter esta viagem num exílio que se prolongaria até à sua morte.
Maria Jesús Ávila