Auto-retrato
, 1916
Cristiano Cruz
Guache sobre cartão
19 × 14 cm
19 × 14 cm
assinado
Inv. 2190
Historial
Doação de Ema Sheppard Cruz, irmã do artista, em 1979.
Exposições
Lisboa, 1993, 45, cor; Lisboa, 1994, 44, cor; Frankfurt, 1997, 7, cor; Lisboa, 1997, 7, cor; Castelo Branco, 2001, 3, cor; Lisboa, 2010.
Bibliografia
Cristiano Cruz (1882–1951), 1993, 45, cor; SILVA (et al.), 1994, 121; O Rosto da Máscara (…), 1994, 44, cor; HENRIQUES, 1997, 7, cor; SANTOS, 2001, 3, cor.
Doação de Ema Sheppard Cruz, irmã do artista, em 1979.
Exposições
Lisboa, 1993, 45, cor; Lisboa, 1994, 44, cor; Frankfurt, 1997, 7, cor; Lisboa, 1997, 7, cor; Castelo Branco, 2001, 3, cor; Lisboa, 2010.
Bibliografia
Cristiano Cruz (1882–1951), 1993, 45, cor; SILVA (et al.), 1994, 121; O Rosto da Máscara (…), 1994, 44, cor; HENRIQUES, 1997, 7, cor; SANTOS, 2001, 3, cor.
Realizado provavelmente antes de o artista partir para a Primeira Guerra Mundial, é o terceiro auto-retrato, depois de um J’ai pleuré en rêve e de uma autocaricatura de 1911 publicada em A Águia. Nesta pintura, a planificação do espaço é dada pela uniformidade e contiguidade das cores de fundo, fortes e participantes, que suportam motivos decorativos idênticos, quer no sofá quer no reposteiro. A linha é contudo determinante na organização da cena, assumindo uma grande densidade na construção do corpo do artista que em conjunto com o aproveitamento da cor do material de suporte impõe uma picturalidade moderna. A composição em «S» do corpo quebra a rigidez angulosa e expressiva de outras situações para o conformar a uma melancolia inesperada. O espelho que a figura deixa cair junto dos pés, acompanhado pela inclinação da cabeça, define uma pose contrária ao narcisismo mais imediato, inerente à própria auto-representação. Todavia, é assim na exposição dessa falha narcísica que o corpo e o rosto se inibem de modo a preservar o «eu» intacto, não sujeito a apreciação crítica, pois que defensivamente inscreve em si a própria crítica.
Pedro Lapa
Pedro Lapa