Entre 1907 e 1911 formou-se em Desenho na Escola de Belas-Artes de Lisboa, expondo em 1912 no 1.º Salão dos Humoristas Portugueses, e a seguir, em 1912–13, na Academia Grande Chaumière de Paris e na Escola de Belas-Artes de Genebra, em 1914. A sua formação foi interrompida, como a de tantos outros artistas, pelo eclodir da guerra regressando a São Miguel. Durante esta etapa o decorativismo inicial fora substituído por um entendimento mais dramático e expressivo das formas sob a influência de Rodin, a que se junta um classicismo, através do conhecimento de Júlio António. Após uma exposição individual em 1919, volta para Paris em 1920 e aí permanece até 1938, integrando-se plenamente nas actividades artísticas da capital, sendo de destacar a retrospectiva da sua obra apresentada no âmbito do Salão dos Artistas Independentes, em 1935. Nesta nova fase parisiense gera-se a linguagem escultórica que o distingue, através de um simbolismo na matriz arcaizante das formas, na estilização dos volumes, no uso da terracota e na evocação de memórias de natureza intimista e grandes temas, veiculados por um universo feminino. Novamente a guerra interrompe a sua vida em Paris e em 1938 regressa a Lisboa, vindo a participar na Exposição do Mundo Português, 1940, com o grupo escultórico de D. Manuel, Vasco da Gama e Alvares Cabral, que marca o início de uma releitura da estatuária nacional dentro dos estreitos limites que a linguagem oficial permitia. Este trabalho propiciou o reconhecimento, as encomendas oficiais, as retrospectivas (1943), o Prémio de Escultura Manuel Pereira (1944) e as representações internacionais, como a II Bienal de São Paulo (1953). Em 1941, parte para Ponta Delgada, volta a Paris em 1946, e em 1953 regressa à ilha natal, onde se instala definitivamente.

Maria Jesús Ávila