António Ramalho
Barqueiros , 1859 – Figueira da Foz , 1916
Foi um dos primeiros alunos de Silva Porto na Academia de Belas Artes de Lisboa, assimilando com espontaneidade a sua lição ar livrista, e, ainda estudante, expõe em 1880 com Columbano, alcançando grande sucesso crítico.
No ano seguinte, é membro fundador das exposições do Grupo do Leão e em 1882 o Marquês da Praia e Monforte concede-lhe uma bolsa de estudo em Paris, durante dois anos. Estreia-se no Salon com a pintura Chez mon voisin, ou O Lanterneiro (colecção particular, Lisboa), onde se evidencia um talento inato na caracterização de personagens.
Regressado nesse ano, especializa-se no retrato, que aperfeiçoara no período parisiense, sendo exemplo maior a Senhora vestida de preto (Casa-Museu Anastácio Gonçalves). A partir de 1888, inicia uma carreira de pintor decorativo, que pratica com uma versatilidade ímpar, desenvolvendo gramáticas revivalistas ou inspirando-se na nascente Arte Nova. São exemplos notáveis o pano de boca do Teatro Garcia de Resende, em Évora, em colaboração com João Vaz, o conjunto de vitrais no Hospital de Sant’Ana, na Parede, e a decoração da grande escadaria do Palace Hotel do Buçaco.
Morre subitamente na Figueira da Foz, onde executava a decoração do Palácio Sotto Mayor.
Carlos Silveira
Carlos Silveira