António Alberto Nunes

Lisboa , 1838 Lisboa , 1912

Foi aluno da Academia de Belas-Artes a partir de 1850 no curso de Figura e frequentou o atelier de Anatole Calmels, em Lisboa. Obteve medalha de prata na sua primeira participação na exposição da Sociedade Promotora de Belas-Artes em Portugal com a escultura em gesso Amor pela Pátria (1868).
Em 1870, partiu para Paris como bolseiro e permaneceu três anos nesta cidade dedicando-se ao estudo do classicismo com o mestre Eugène Guillaume. São dessa época obras como o busto Bacante, a figura feminina Cornélia, dois estudos históricos, Afonso de Albuquerque protegendo a Índia e D. João Castro, destinados aos nichos das arcadas da Praça do Comércio em Lisboa.
Destacou-se em 1871 na Exposição de Belas-Artes de Madrid com a medalha de terceira classe e em 1874, já em Lisboa, foi nomeado académico de mérito e professor da Academia de Belas-Artes de Lisboa. Expõe na Sociedade Promotora das Belas-Artes (76), na Exposição Universal de Paris (78), no Rio de Janeiro (79), e realiza bustos de importantes personagens da intelectualidade portuguesa, como Almeida Garrett, Alexandre Herculano, João de Deus, Manuel Bento de Sousa e Eça de Queiroz. As suas peças escultóricas, por vezes convencionais e de gosto academizante no seu romantismo tardio, revelam algum sentimentalismo (Eucaristia, 72, e O Filho Pródigo, 73), embora o Génio da Independência, escultura integrada no monumento dos Restauradores, se apresente com vigor e dinamismo no seu esquema formal.

Cristina Pieske