Augusto Santo

Vila Nova de Gaia , 1868 Porto , 1907

Escultor naturalista, Augusto Santo – Santos na grafia original, que decidiu alterar – teve uma carreira artística breve e atormentada. De temperamento exaltado e inconstante, sempre insatisfeito, acabou por destruir grande parte da sua produção, tendo restado, aparentemente, apenas três esculturas de sua autoria.
Foi discípulo de António Soares dos Reis e de João Correia na Academia Portuense de Belas-Artes, onde concluiu o curso em 1889. Continuou a sua formação em Paris, durante três anos, com o apoio de uma bolsa de estudos particular. Ali estabeleceu contacto com o escultor e pintor francês Alexandre Falguière, e com os portugueses Eça de Queiroz, António Nobre, Carlos Reis, José de Figueiredo e Amadeo de Souza-Cardoso. Participou no Salon de Paris com um pequeno medalhão. A ajuda financeira que recebia acabou por lhe ser retirada devido à ausência de resultados, obrigando-o a regressar a Portugal.
Das poucas obras que escaparam à sua insatisfação destrutiva, a mais destacada é a escultura em bronze Ismael (Museu do Chiado; original em gesso no Museu Soares dos Reis), apresentada como prova final do curso de Belas-Artes. Duas outras esculturas, o busto Esfinge (Museu Grão Vasco) e Busto de Jorge (colecção particular) completam o diminuto legado artístico da sua breve existência.

Cristina Pieske