Ernesto de Sousa
Lisboa , 1921 – Lisboa , 1988
No início dos anos 40 estuda na Faculdade de Ciências, sem terminar o curso de físicoquímicas. Em 1946 inicia a actividade como crítico de arte na Seara Nova, e nos anos seguintes escreve também para a Vértice e Colóquio/Artes, entre outras publicações. No mesmo ano funda o Círculo de Cinema, primeiro cineclube português. Entre 1949-52 dá continuidade aos estudos em Paris: História do Cinema, Filmologia, técnica de som e aulas de iniciação às artes plásticas. Nesta primeira fase encontra-se principalmente comprometido com o Neo-realismo através da actividade crítica e cinematográfica, sendo importante destacar o filme Dom Roberto realizado em 1962. Os anos 70 são marcados por um novo interesse, a promoção das vanguardas em defesa do experimentalismo e o conceptualismo. Contacta com o movimento Fluxus, cruza-se em 1972 com Joseph Beuys na Documenta 5, e desenvolve uma forte amizade com Robert Filliou e Wolf Vostell, tornando-se uma figura frequente nos Encontros em Malpartida de Cáceres. Estas relações terão impacto no momento pós-25 de Abril quando comissaria a exposição Alternativa Zero (1977). Artista, cineasta, curador, crítico, professor e historiador de arte, Ernesto Sousa foi principalmente um agente catalisador no campo das artes plásticas, cinema e fotografia, promovendo a troca de informação entre o contexto português e internacional. O crescente interesse na sua obra, largamente estudada e mostrada nas ultimas décadas, fica patente nas exposições: Itinerários na Galeria Almada Negreiros, Lisboa (1987), e postumamente Perspectiva: Alternativa Zero (1997) na Fundação Serralves, Revolution my Body (1998) no CAM, Documentando Dom Roberto (2012) em Guimarães Capital Europeia da Cultura; e a reposição de alguns dos mixed media, como: Luiz Vaz 73 no CAM (2009), Nós Não Estamos Algures na Fundação Serralves (2012), Almada, Um Nome de Guerra na Fundação Serralves (2012) e na Cinemateca Portuguesa (2013).
Flávia Violante
Flávia Violante