Rui Chafes

Lisboa , 1966

Formado em Escultura na Escola de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (1984-1989), é na Alemanha, onde frequenta a Kunstakademie (Dusseldorf), que desenvolve o seu interesse pela língua e cultura germânicas e o gosto pelo Romantismo. Começa a expor individualmente em 1986, apresentando neste período instalações compostas por materiais variados. A busca pelo depuramento formal levam-no a conceber, em 1989, as primeiras esculturas em ferro pintado de negro, opção que iria marcar o seu percurso disciplinar enquanto escultor. A sua obra é marcada pelas referências mais ou menos subtis às temáticas e estética do romantismo alemão, pautando-se por uma contínua interrogacção sobre o ato de fazer e pensar a arte e sobre o próprio objecto artístico. As suas pesquisas centram-se na intensa relação entre razão e emoção, no questionamento da dicotomia ausência / presença do corpo e na reflexão acerca do lugar da escultura e das inter-relações entre obra, espaço e observador, do que resultam trabalhos marcados por uma forte componente orgânica e solidez formal. A par da conceção de uma obra escultórica profusa, Rui Chafes dedica-se ainda ao desenho, meio através do qual desenvolve formal e conceptualmente as questões que aborda na escultura. O seu forte interesse pela cultura alemã é ainda explorado através do exercício de tradução de um dos seus autores favoritos, Novalis, o qual é citado constantemente em textos que acompanham a sua obra. Em 2000, apresenta a grande exposição “Durante o fim” em Sintra, no Museu de Arte Moderna Colecção Berardo, Palácio Nacional da Pena e Parque Histórico da Pena; em 2001 expõe individualmente no Stedelijk Museum voor Actuele Kuns, em Gent; com Vera Mantero realiza o projecto “Comer o coração”, que representa Portugal na Bienal de São Paulo de 2004 e é apresentado no Centro Cultural de Belém, Lisboa, em 2005.

Joana Baião