Luís Noronha da Costa

Lisboa , 1942

Arquitecto de formação, dedicou-se desde muito cedo às artes plásticas, realizando a sua primeira exposição individual em 1962. Interessado nas questões da percepção, nos seus primeiros trabalhos explora os efeitos de transparência que obtém através de colagens. Em 1969 participou na Bienal de São Paulo, tendo sido galardoado com o Prémio Soquil nesse mesmo ano. O interesse pelos fenómenos ópticos conduziram-no ao campo do objectualismo, criando jogos percepcionais através da manipulação de objectos como espelhos e telas transparentes. Na década de 1970 o artista realizou vários trabalhos na área do cinema experimental, experiência que no desenvolvimento da sua obra plástica viria a reflectir-se na exploração do papel intermediário do ecrã na relação entre imagem e observador e na reflexão acerca do cruzamento entre espaços virtuais e reais. Em 1977 integra a exposição Alternativa Zero. Após um período de fraco reconhecimento público, a sua carreira artística acabaria por ser relançada em 1978, ano em que representa Portugal na Bienal de Veneza. Em 1983 e em 2003 o seu trabalho foi alvo de importantes retrospectivas, na Fundação Calouste Gulbenkian e no Centro Cultural de Belém. Em 1999 foi-lhe atribuído o Prémio Europeu de Pintura, importante para a sua consagração a nível internacional, tendo sido depois agraciado com o Prémio AICA, em 2003.

Joana Baião