Deus morreu: Morte ao rei

, c. 1971-1975

Luís Noronha da Costa

Acrílico e tecido sobre tela

120,5 × 100 cm
Inv. SEC 07
Historial
Colecção SEC incorporado na Colecção do MNAC-MC em 2001.

Exposições
Lisboa, 1979, 65, p.b.; Lisboa, 2002; Castelo Branco, 2003, 107, cor; Lisboa, 2010; Lisboa, 2012.

Bibliografia
Arte Moderna Portuguesa…, 1979, 65, p.b.; LOBO, 2002, 40; ÁVILA, 2003, 107, cor.
A pintura transfigura-se nessa tentativa fotográfica original de captar a luz, que surtia então numa espécie de borrão da realidade. A colagem reequaciona esta perceção e remete-a para o domínio da materialidade que a fotografia apenas enuncia. Numa dupla organização, antes e depois, longe e perto, luz e sombra são opacidades que quebram o contorno académico e romântico das figuras. Inserida no contexto da obra do pintor, de pesquisa dos elementos de uma sobrealidade e dos meandros figurativos da morte, a luz é o ensejo do seu reverso, e do modo simbólico como a sombra evoca limbos, sonhos negros, fantasmas perenes. Deus e o Rei são os vértices na cultura ocidental de uma autoridade iluminada, subvertidos no conceito e na forma, através da exploração do carácter difuso da luz.

Emília Tavares