MNAC - Rua Capelo
entrada: Condições GeraisCarlos Relvas (1838-1894) - Vistas Inéditas de Portugal
A Fotografia nos Salões Europeus
INFORMAMOS QUE JÁ SE ENCONTRAM PREENCHIDAS TODAS AS SESSÕES DESTE EVENTO
No âmbito da exposição Carlos Relvas (1838-1894) - Vistas Inéditas de Portugal, o SilverBox Studio efetua um conjunto de sessões de retrato, em cenário de época, através do processo fotográfico do século XIX, o colódio húmido, utilizado por Carlos Relvas nas suas imagens.
O visitante poderá, mediante uma inscrição prévia, ter acesso gratuito à sessão de retrato e a assistir ao processo de revelação do mesmo, levando consigo o resultado final desta sessão fotográfica histórica.
Sessões aos sábados nas seguintes datas e horários
27 de Outubro: 14h, 15h, 16h, 17h
10 de Novembro: 14h, 15h, 16h, 17h8 de Dezembro: 14h, 15h, 16h, 17h
12 de Janeiro: 14h, 15h, 16h, 17h
Condições e Informações
Existem algumas condicionantes decorrentes do processo técnico utilizado.
Reservado para maiores de 10 anos de idade.
Os retratos podem ser individuais ou, no máximo, com 2 (duas) pessoas.
Em cada sessão de uma hora serão efetuados 5 (cinco) retratos, sendo a sua execução por ordem de chegada, no horário selecionado pelo visitante.
Inscrições
Através do telefone 21 343 21 48, de segunda a sexta-feira, entre as 11-12.30h e as 14- 16h.
O visitante deverá indicar qual o horário pretendido, devendo comparecer à hora prevista.
A Invenção da Pátria
Raquel Henriques da Silva
O patrimonialismo português nasceu nos primeiros anos do século XIX, revelando uma curiosa atitude bifronte: a par de destruições em extensão e profundidade (no contexto das guerras napoleónicas, da guerra civil e da extinção das ordens religiosas) verifica-se a movimentação de intelectuais e políticos para categorizar e valorizar os monumentos nacionais que serão considerados componente incontornável da identidade pátria. Este é o contexto em que se realizarão as primeiras campanhas de restauro que foram da intervenção controlada no Mosteiro da Batalha, aos excessos intervencionistas no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
A nascente fotografia, nomeadamente Carlos Relvas, tanto registou algumas fases dos trabalhos (tornando-se documento histórico) como definiu os pontos de vista sobre alguns dos principais monumentos que, no essencial, são os que, ainda hoje, conotam de imediato essas imagens identitárias para sucessivas gerações de portugueses. Ou seja, a fotografia foi, no século XIX, componente fundamental da elaboração da pátria cujas imagens os fotógrafos propunham nos corpos dos monumentos, nas paisagens e nos corpos e atitudes de quem as habitavam, fazendo circular uma ideologia que foi técnica, artística e política.
Raquel Henriques da Silva é Professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Departamento de História da Arte de que é coordenadora executiva desde 2015. Leciona os seminários do Mestrado em História da Arte do século XIX e coordena os cursos de doutoramento. Autora de estudos de investigação e divulgação nas áreas do urbanismo e arquitectura (século XIX-XX), artes plásticas e museologia. Comissária de exposições de arte. Foi diretora do Museu do Chiado (1994-97) e do Instituto Português de Museus (1997-2002). Integrou o Conselho de Administração da Fundação de Serralves (2000-06) e, atualmente, integra o Conselho de Administração da Fundação Arpad-Szenes-Vieira da Silva e é, no ano de 2018, Diretora Científica do Museu do Neo-Realismo.
A vida e o pensamento no tempo de Carlos Relvas
António Martins Gomes
Numa pequena digressão cronológica por várias décadas do revolucionário século XIX, evocar-se-ão três períodos capitais da cultura portuguesa: o tempo de consolidação da política liberal, que propaga o sentimento patriótico e anticlerical da arte romântica; as décadas eufóricas da Regeneração e do positivismo, que decorrem sob o signo internacionalista do caminho-de-ferro, da classe operária e da Geração de 70; e os anos de decadência finissecular, marcados pelo humilhante Ultimato inglês e pela instabilidade político-social, a prenunciar a queda da monarquia.
António Martins Gomes é docente da Universidade Nova de Lisboa, em cuja actividade, exercida na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas desde 1995, predomina a cultura portuguesa oitocentista. É investigador do Centro de Humanidades (CHAM), participou em alguns eventos associados ao Centenário da República, colaborou na Encyclopedia of Romantic Nationalism in Europe, e a suas mais recentes pesquisas incidem sobre a imprensa do século XIX.
Fotografia e Belas Artes em Portugal - Uma Técnica ao encontro da Estética
Emília Tavares (MNAC-MC) e Maria d’Aires Silveira (MNAC-MC)
O breve encontro entre Fotografia e Pintura, na segunda metade do século XIX português, tem vindo a ser objeto de investigação, através das exposições que o MNAC-MC tem consagrado à fotografia portuguesa, e que a presente exposição de Carlos Relvas permitiu aprofundar, com nova matéria documental. Esta conferência analisa a natureza estética dessas relações, dando relevo à representação da imagem fotográfica em algumas das mais importantes exposições de belas artes, entre a década de 50 e 70 do século XIX.
Emília Tavares
Curadora de Fotografia e Novos Media e responsável pela coleção nesta área no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (Lisboa). Mestre em História da Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É investigadora de História da Fotografia Portuguesa, tendo publicado inúmeros estudos sobre o tema. Comissariou diversas exposições na área da história da fotografia portuguesa e da arte contemporânea no MNAC-MC e noutras instituições. Publica regularmente estudos sobre Fotografia e Cultura Portuguesa em projetos editoriais nacionais e internacionais. É professora assistente convidada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e na Escola das Artes da Universidade Católica do Porto.
Maria de Aires Silveira
Licenciatura em História, e Grau de Mestre em
História de Arte naFaculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova
de Lisboa. Dedica-se muito especialmente ao estudo de temáticas e autores oitocentistas
e de inícios do século XX no Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, desde 1989.
Coordenação na Gestão das Reservas e do Programa Matriz, programa de
informatização da coleção do MNAC. Curadora das exposições João Cristino da
Silva, em 2000, de Miguel Ângelo Lupi, em 2002, e autora dos respetivos
catálogos. Colaborou na curadoria e produção de várias exposições dos séculos
XIX-XX. Recentemente, curadoria da exposição de Columbano Bordalo Pinheiro, em
2010, de Sousa Lopes (1879-1944). Efeitos de luz, em 2015 e exposição
da coleção do MNAC, Arte portuguesa (1850-1980). Razões e emoções, 2018-19.
Anísio Franco
A transição da arte do retrato, ao longo do século XIX, reflete também as transições estéticas e sociais da sociedade portuguesa. Uma reflexão e um percurso pelos aspetos mais relevantes da sua produção e contexto artístico.
Anísio Franco é licenciado em História da Arte e conservador no Museu Nacional de Arte Antiga. Tem desenvolvido vários estudos no campo da História da Arte em Portugal e comissariou várias exposições de arte em Portugal e no estrangeiro. Paralelamente, tem guiado inúmeras visitas de teor cultural, pela cidade de Lisboa, pelo país e pelo mundo desde, pelo menos, 1988. Destaca-se ainda a participação em programas televisivos no âmbito da história da arte portuguesa e a participação em filmes, documentários e séries. Podemos também encontrá-lo como personagem real (com o seu próprio nome) no romance de Valter Hugo Mãe, a máquina de fazer espanhóis. Publicou Histórias de Antiguidades, uma coletânea de crónicas que sintetizam a visão que tem sobre a forma de ver o mundo e a arte. É autor de Caminhar por Lisboa e Lisboa Desconhecida & Insólita, publicados pela Porto Editora.