Quando, em 1994, o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado reabriu ao público, a Colecção abrangia, essencialmente, o período compreendido entre 1850 e 1950. Desde então, o acervo do Museu foi sendo actualizado através de aquisições, doações e depósitos que permitiram constituir novos núcleos, incluindo obras de artistas de referência no panorama da arte portuguesa da segunda metade do século XX.
Esta exposição pretende fornecer uma perspectiva global da Colecção, traçando um percurso que parte da actualidade para uma retrospectiva da arte portuguesa moderna e contemporânea, tendo como limite temporal a década de 1850.
A montagem conjuga o critério cronológico com a representatividade autoral, ao mesmo tempo que assume o próprio espaço arquitectónico do Museu como elemento determinante na construção do discurso expositivo. Perante a inevitabilidade de o visitante percorrer as galerias em ambos os sentidos, a montagem procura explorar a reversibilidade da leitura cronológica. Ao colocar em destaque as últimas décadas do século XX, repartidas entre a Sala dos Fornos e a Sala Polivalente, o Museu assume também o carácter aberto da Colecção. O título da exposição, Um percurso, dois sentidos, evoca ainda a dupla missão do Museu: valorizar a dimensão histórica do seu acervo e, simultaneamente, acolher e divulgar as práticas artísticas contemporâneas.
Helena Barranha
Directora do MNAC – Museu do Chiado