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2012-05-19
2012-05-19
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João Onofre

 

João Onofre

1976

Catriona Shaw Sings Baldessari Sings Lewitt Re-Edit Like a Virgin Extended Version

2003

DVD, cor, 14´ 23´´

Col. MNAC- Museu do Chiado. Inv. 2859

 

Esta obra baseia-se no conceito de apropriação, particularmente caro à arte contemporânea, estruturado em torno duma contestação da ideia de único e original da obra de arte, assim como do papel do próprio artista enquanto produtor de obras irrepetíveis. Um dos mecanismos da apropriação é a liberdade de reinterpretação e de releitura das obras, numa continuada reinvenção do objecto artístico, independentemente do seu autor e da sua época. Neste vídeo, Onofre reinterpreta a obra do artista conceptual John Baldessari que, num vídeo histórico de 1972, intitulado Baldessari Sings LeWitt, executa uma versão musicada e cantada pelo próprio artista (com base em Ella Fitzgerald canta Cole Porter) de um dos principais textos teóricos da arte conceptual de Sol Lewitt, intitulado Sentences on Conceptual Art (1968). A arte conceptual baseia-se no pressuposto de que a ideia é mais importante do que a forma e que a obra de arte deve integrar outras formas de cultura, incluindo as suas versões de massa e populares. Onofre realiza uma dupla apropriação, quando transfere a essência da obra de Baldessari para a contemporaneidade, e quando efectua uma releitura do texto profundamente teórico de Sol Lewitt encaixando-o na versão musicada de Like a Virgin, da estrela pop Madonna, cantado pela artista e cantora Catriona Shaw. Com esta forma circular de apropriação Onofre realiza várias interrogações sobre a arte contemporânea, utilizando também a ironia, entre as quais: pode a arte ser erudita sob a forma do popular e vice versa? A teoria da arte pode ser lúdica? Qual a originalidade do artista que reinterpreta as obras de outros? E qual o papel do artista e da arte numa sociedade cada vez mais mediatizada, sujeita a contornos de divulgação superficiais e de grande massificação? (Emília Tavares)

 

João Onofre (Biografia)

Nasceu em Lisboa em 1976 onde vive e trabalha. Estudou na Faculdade de Belas Artes de Lisboa e no Goldsmiths College em Londres, onde concluiu o Mestrado em Belas Artes. O seu trabalho tem sido exposto em vários museus e galerias, nacionais e internacionais, destacando-se: João Onofre, I-20, New York (2001); João Onofre, P.S.1. / MoMA Contemporary Art Center, Nova Iorque (2002); Nothing Will Go Wrong, MNAC, Lisboa e CGAC, Santiago de Compostela (2003); João Onofre, Kunsthalle Wien. Projecto Espaço Karlsplatz. Viena (2003); João Onofre, Magazin 4, Bregenz (2004); João Onofre, Toni Tàpies, Barcelona (2005); Cristina Guerra Contemporary Art, Lisboa (2007); João Onofre, Galleria Franco Noero, Turim (2007); Palais de Tokyo, Paris (2011). Participou em numerosas exposições colectivas, entre as quais: Plateau of Humankind – Na 49ª Bienal de Veneza, Human Interest, Philadelphia Museum of Art, Philadelphia; Performing Bodies, Tate Modern, Londres; Youth of Today, Schirn Kunsthalle em Frankfurt; Video, An Art, A History 1965-2005 New Media collection, Centre Pompidou, Sydney Contemporary Art Museum, Barcelona- Fundació La Caixa, Taipei Fine Art Museum. O seu trabalho está representado em colecções privadas e públicas por todo o mundo como o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, Lisboa; CAM – Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, MACS - Museu de Serralves, Porto; Museum of Contemporary Art, Chicago; Albright-Knox Gallery, Buffalo, Nova Iorque; Centre Georges Pompidou – MNAM/CCI, Paris; The Weltkunst Foundation, Zurique; La Caixa, Barcelona; GAM – Galeria D’Arte moderna e contenporanea, Turim; Centre National des Arts Plastiques, Ministère de Culture, Paris.