João Pedro Vale
João Pedro Vale faz parte de uma geração de artistas que se revelou no início deste novo milénio. Desde as sua primeiras exposições que assumiu um papel protagonista na nova cena artística nacional. Também e ainda muito cedo começou a integrar exposições internacionais prestigiadas. Participou assim, entre muitos outros eventos, na 1ª Bienal de Sevilha a convite do seu director, o mítico curador Harald Szeeman e na exposição Encompassing the Globe no Smithsonian Institute de Washington e no Palais des Beaux-Arts de Bruxelas. Tem exposto individualmente em relevantes galerias nacionais e internacionais, como sejam a Galeria Leme, S. Paulo; a Layr Wuestenhagen, Viena ou Filomena Soares, Lisboa.
Os seus trabalhos escultóricos e de instalação privilegiam uma atenção especial aos signos e ícones da cultura portuguesa. O quotidiano e o imaginário tradicional são facilmente detectáveis nas transfigurações irónicas que opera, de modo a questionar a estabilidade de um senso comum. A deslocação dos usos de certos materiais, objectos ou narrativas para outros contextos gera, muitas vezes, um humor que aloja um trabalho crítico profundo à ideia de identidade. Neste sentido, João Pedro Vale é dos poucos artistas contemporâneos que tem trabalhado a partir da história portuguesa e dos estereótipos a ela associados para desenvolver uma desconstrução sobre as suas pretensões, clausuras e recalcamentos. As suas construções não se limitam por isso a uma ironia que repõe uma mera condição mercantil do objecto e assim o redime de qualquer crítica, antes desenvolve um amplo trabalho de profanação.
O Feijoeiro foi realizado em 2004 para a 1ª Bienal de Sevilha. Foi apresentado posteriormente no MUDAM do Luxemburgo e é a primeira vez que é exposto em Portugal.