entrada: Condições Gerais
Columbano Bordalo Pinheiro
1874 – 1900
Columbano Bordalo Pinheiro
Ficha técnica
Esta exposição apresenta o trabalho mais significativo realizado por Columbano Bordalo Pinheiro no século XIX. A sua obra define um percurso único e talvez o mais profundo pelos caminhos iniciais da arte moderna em Portugal. Columbano foi desde o começo um artista de ofício superior a qualquer outro, interessado em desenvolver uma prática artística informada nas questões do seu tempo. Através dele podemos entender o acesso ao conhecimento dos desenvolvimentos modernos de então, em Portugal, as suas possibilidades e interesses, os resultados singulares que obteve, as hesitações e recusas, bem como as condições culturais da intelligentsia cujo retrato alargado pintou.
Na continuidade da estética realista de Eça de Queiroz, na prosa, ou de Cesário Verde, na poesia, assumiu o Naturalismo como processo de abordagem da realidade, que revolucionou os cânones académicos da pintura. Inicialmente pintou cenas da vida burguesa com uma profunda ironia, mas foi no retrato que atingiu plena expressão. Desenvolveu uma técnica própria da construção da figura através de manchas espessas e de contornos indefinidos, que se afastavam por vezes do naturalismo mais óbvio e revelavam um primado da pintura e suas condições físicas. A crítica quase nunca o entendeu, nem sequer estava preparada para isso. Neste sentido a sua modernidade foi plena, mas Columbano ao elaborar esta pintura não deixou de evocar a memória clássica dos séculos XVII holandês e espanhol. À medida que progrediu, o final do século XIX vê-lo-ia assim entregue a uma fusão entre modernidade e memória clássica, através de uma continuada prática do retrato para o qual convocou toda uma geração intelectual, que se configurou como uma constelação de signos no horizonte do pessimismo que a situação cultural nacional experimentava. Foi também no final do século que atingiu um pleno e unânime reconhecimento da crítica que o transformou no pintor oficial para o século seguinte, que já não seria o seu.
Pedro Lapa Director do Museu do Chiado – MNAC e curador da exposição
FICHA TÉCNICA
Curador
Pedro Lapa
Curadora Adjunta
Maria de Ares Silveira
Coordenação de montagem: María Jesús Ávila
Montagem: António Rasteiro; António Chaparreiro; Maria Manuel Conceição; Carlos Gonçalves; Filomena Maurício; Susete Saraiva. Construções Sampaio
Comunicação: Nuno Ferreira de Carvalho; com a colaboração de Sónia Abrantes
Serviço educativo: Catarina Loureiro de Moura; Alberto Júlio Silva; com a colaboração de Ana Bilbao, Alexandra Cardoso, Carina Correia e Filipa Viana
Conservação e restauro: Departamento de Conservação e Restauro da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Manuela Santos; Marta Aguiar; Ana Fryxell dos Santos, sob orientação de Stephan Schaefer. Divisão de Documentos Gráficos do Instituto Português de Conservação e Restauro. K4, Conservação e Restauro L.da
Transportes e registo: Amélia Godinho
Textos: María Jesús Ávila; Pedro Lapa; Maria de Aires Silveira
Número de obras
78 obras: 60 pinturas e 18 desenhos
51 do Museu do Chiado – MNAC; 19 de outras instituições; 8 de colecções privadas