entrada: Condições Gerais

Columbano Bordalo Pinheiro

1874 – 1900

Columbano Bordalo Pinheiro

2007-02-16
2007-05-27
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Ficha técnica

Esta exposição apresenta o trabalho mais significativo realizado por Columbano Bordalo Pinheiro no século XIX. A sua obra define um percurso único e talvez o mais profundo pelos caminhos iniciais da arte moderna em Portugal. Columbano foi desde o começo um artista de ofício superior a qualquer outro, interessado em desenvolver uma prática artística informada nas questões do seu tempo. Através dele podemos entender o acesso ao conhecimento dos desenvolvimentos modernos de então, em Portugal, as suas possibilidades e interesses, os resultados singulares que obteve, as hesitações e recusas, bem como as condições culturais da intelligentsia cujo retrato alargado pintou.
Na continuidade da estética realista de Eça de Queiroz, na prosa, ou de Cesário Verde, na poesia, assumiu o Naturalismo como processo de abordagem da realidade, que revolucionou os cânones académicos da pintura. Inicialmente pintou cenas da vida burguesa com uma profunda ironia, mas foi no retrato que atingiu plena expressão. Desenvolveu uma técnica própria da construção da figura através de manchas espessas e de contornos indefinidos, que se afastavam por vezes do naturalismo mais óbvio e revelavam um primado da pintura e suas condições físicas. A crítica quase nunca o entendeu, nem sequer estava preparada para isso. Neste sentido a sua modernidade foi plena, mas Columbano ao elaborar esta pintura não deixou de evocar a memória clássica dos séculos XVII holandês e espanhol. À medida que progrediu, o final do século XIX vê-lo-ia assim entregue a uma fusão entre modernidade e memória clássica, através de uma continuada prática do retrato para o qual convocou toda uma geração intelectual, que se configurou como uma constelação de signos no horizonte do pessimismo que a situação cultural nacional experimentava. Foi também no final do século que atingiu um pleno e unânime reconhecimento da crítica que o transformou no pintor oficial para o século seguinte, que já não seria o seu.

Pedro Lapa Director do Museu do Chiado – MNAC e curador da exposição

FICHA TÉCNICA

Curador

Pedro Lapa

Curadora Adjunta

Maria de Ares Silveira

Coordenação de montagem: María Jesús Ávila

Montagem: António Rasteiro; António Chaparreiro; Maria Manuel Conceição; Carlos Gonçalves; Filomena Maurício; Susete Saraiva. Construções Sampaio

Comunicação: Nuno Ferreira de Carvalho; com a colaboração de Sónia Abrantes

Serviço educativo: Catarina Loureiro de Moura; Alberto Júlio Silva; com a colaboração de Ana Bilbao, Alexandra Cardoso, Carina Correia e Filipa Viana

Conservação e restauro: Departamento de Conservação e Restauro da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Manuela Santos; Marta Aguiar; Ana Fryxell dos Santos, sob orientação de Stephan Schaefer. Divisão de Documentos Gráficos do Instituto Português de Conservação e Restauro. K4, Conservação e Restauro L.da

Transportes e registo: Amélia Godinho

Textos: María Jesús Ávila; Pedro Lapa; Maria de Aires Silveira

Número de obras

78 obras: 60 pinturas e 18 desenhos

51 do Museu do Chiado – MNAC; 19 de outras instituições; 8 de colecções privadas