Jardim das Esculturas

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Quintas à noite no Museu

Rafael Toral, Tó Trips

2009-07-02
2009-07-23
Curadoria: Filho Único

RAFAEL TORAL    

02.07.09      21h00       

Figura incontornável das músicas de pesquisa e concretização lateral no panorama nacional, largamente reconhecido internacionalmente, Rafael Toral dá o seu segundo concerto em Lisboa após uma bem sucedida digressão norte-americana, e depois de uma apresentação em trio na Culturgest em Junho.

Aqui, a solo, continua a expor o trabalho dos seus ‘Space Studies’, utilizando vários instrumentos de natureza electrónica. ‘Space’, o programa que tem vindo a desenvolver na sequência da sua obra de música ambiental e contínua primordialmente estruturada a partir da guitarra eléctrica, sucede a um período de colaboração intensa com o trompetista Sei Miguel, que, segundo o próprio Toral, informou de maneira crucial esta fase do seu percurso.

Definindo a música, a sua arquitectura e propriedades mais elusivas, através de frases, silêncio e uma particular visão orquestral de músicas outras, o ‘Space Program’ tem vindo, em crescendo, a mostrar várias possibilidades de um futurismo contemporâneo (ou de um passado contemporâneo descontinuado) no jazz e nas músicas meta-estilísticas. 

 

TÓ TRIPS

23.07.09      21h00

Co-fundador de marcos da recente música nacional, como é o caso os Lulu Blind ou Dead Combo, e membro da fase final dos Santa Maria Gasolina em Teu Ventre, Tó Trips vê em 2009 o lançamento do seu primeiro álbum a solo, ‘Guitarra 66’, pela Mbari. Lindíssimo registo de música crua, aberta, generosa, nomádica, encaixa as pistas e materializações que Trips dava já nos Dead Combo. O meta-fado de Paredes, a música indefinida da boémia lisboeta, a tradição cubana como vista por Marc Ribot, o lado mais lírico do western spaghetti de Ennio Morricone ou o encontro ibero-árabe do flamenco, deixando-nos com uma linguagem que entretece todos estes vocabulários e o torna uma língua sua, real como só os verdadeiramente bons e honestos o conseguem ser. Poeta do melancólico, transforma em som um homem que é profundamente português, fascinado pelas viagens – reais, internas, imaginárias e impossíveis -, com um brilho nos olhos aparentemente infinito pelas possibilidades da beleza e da felicidade.