“Como silenciar uma poeta”
Exposição e Performances
Susana Mendes Silva no Museu Nacional de Arte Contemporânea
10 de junho a 30 de agosto
O livro “Decadência” da poeta Judith Teixeira foi apreendido e queimado em 1923, no Convento de São Francisco, nas antigas instalações do Governo Civil de Lisboa com entrada pela Rua Capelo, hoje parte integrante do Museu Nacional de Arte Contemporânea. Como refere Vítor Silva Tavares, após 1927 Judith desaparece temporariamente de Portugal e dá-se um "emudecimento definitivo de uma voz tão incisivamente lançada à agitação". Mas a potência destrutiva que silencia as e os artistas é muitas vezes revertida pela prática de se manter como presença fantasmática ao longo das décadas.
Para As coisas fundadas no silêncio, programa com direção artística de Marta Rema, a artista plástica Susana Mendes Silva desenvolveu “Como silenciar uma poeta”, um projeto proposto e desde logo acarinhado pelo Museu Nacional de Arte Contemporânea, que o integrou na sua programação para 2020.
Para além da Exposição, na Sala Polivalente do MNAC, o projeto ainda conta com duas performances — "Tradução #1" e "Tradução #2" — e a leitura performativa da conferência "De mim", que a poeta e novelista Judith Teixeira publicou em 1926.
Susana Mendes Silva (Lisboa, 1972) é artista plástica e performer. O seu trabalho integra uma componente de investigação e de prática arquivística, que se traduz em obras cujas referências
históricas e políticas se materializam em exposições, ações e performances através dos mais diversos meios de produção. O seu universo contempla e reconfigura contextos sociais diversos sem perder de vista a singularidade do indivíduo. A sua intimidade psicológica ou a sua voz são inúmeras vezes veículos de difusão e receção de mensagens poéticas e políticas que convocam e reativam a memória dos participantes e espetadores. Susana estudou Escultura na FBAUL e frequentou o programa de doutoramento em Artes Visuais (Studio Based Research) no Goldsmiths College, Londres, tendo sido bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. É Doutorada em Arte Contemporânea, pelo Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, com a tese baseada na sua prática performativa – “A performance enquanto encontro íntimo”. É Professora Auxiliar na Universidade de Évora no curso de Arquitetura
Paisagista.
Performances:
Leitura “De mim”, com Marta Rema - Museu Nacional de Arte Contemporânea
21 de junho, 15h30
Tradução #1 com Alda Calvo - Faculdade de Belas Artes UL
Data e horário a anunciar.
Tradução #2 com Patrícia Carmo - Estúdios Victor Córdon
Data e horário a anunciar.
Apoio à criação: OPART - Estúdios Victor Córdon

Sala Polivalente
entrada: Condições GeraisComo silenciar uma poeta
Susana Mendes Silva
2020-06-10
2020-08-30
Em Exibição
O FARDO DO HOMEM BRANCO
João Fonte Santa
2025-04-10
2025-07-03
Curadoria: Lúcia Saldanha e Rui Afonso Santos
O Artista recorre a uma linguagem figurativa que se vale dos paradigmas oitocentistas do Naturalismo - quer da pintura como da ilustração coevas, visualmente familiares e instituídos.
ALDEBARAN CAÍDA POR TERRA
2025-03-13
2025-06-22
Aldebaran Caída por Terra é uma série de pinturas moldadas, com formas irregulares e orgânicas, onde o volume e incidência da luz se insinuam na forma de ver os (quase todos) rostos, pintados a pastel de óleo.
Parceria
2024-12-12
2025-04-20
Curadoria: Ana Rito
A exposição ENQUANTO ISSO//MEANWHILE decorre da investigação realizada pelas alunas do Curso de Mestrado em Estudos Curatoriais do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, em residência curatorial no MNAC.