Personagens preciosas

, 1950–1951

Fernando de Azevedo

Óleo sobre cartão prensado

35 × 27 cm
assinado e datado
Inv. 2372
Historial
Doação de Maria de Jesus e João Rendeiro em 2000.

Exposições
Lisboa, 1952; São Paulo, 1953, 30, p.b.; Lisboa, 1982, 107, p.b.; Paris, 1989;
Lisboa, 1997, 51, cor; Santa Maria da Feira, 1998; Badajoz, 2001, 171, cor;
Lisboa, 2001, 171, cor; Vila Nova de Famalicão, 2001, 171, cor; Madrid, 2002;
Castelo Branco, 2002, 83, cor; Lisboa, 2006; Lisboa, 2009; Lisboa, 2010.

Bibliografia
FRANÇA, 1966, p.b.; FRANÇA, 1974, 385, p.b.; FRANÇA (et al.), 1982, 107, p.b.; AZEVEDO, Fernando, 1982, 34, p.b.; GONÇALVES, s.d., 165, cor; Colecção José-Augusto França, 1997, 25, 51, cor; Fernando de Azevedo (…), 1999, cor; FRANÇA, 2000, 117, cor; AVILA (et al.), 2001, 170-171, cor; SANTOS, Figuração e Abstracção (…), 2002, 31, 82.



Desfeito o Grupo Surrealista de Lisboa em 1949, apenas Vespeira e Azevedo prosseguiram, ao longo de 1950–51, a coesão de uma pesquisa estritamente pictórica. O caso de Azevedo é particularmente relevante, na medida em que encontrou na Ocultação (inventada em 1949–50 por O’Neill) uma via particular de pesquisa: marcas deste processo semiautomático de cobertura com tinta de uma reprodução fotográfica, deixando zonas descobertas que constroem uma nova imagem, reflectem-se e refundem-se na sua obra pictórica, como sucede nestas Personagens preciosas: a antinarração e o antifigurativismo resultantes dominam esta composição para, em seu lugar, surgir a nova realidade de um universo submarino, metáfora do inconsciente, no qual as formas evoluem livremente ou se transmutam em estruturas cristalinas, acrescidas do recurso à grattage que reforça a dimensão do informe nesta pintura.

Raquel Henriques da Silva