Mistress Elisa Leech

, c. 1887

António Soares dos Reis

Mármore
69 × 53 × 35 cm
Inv. 186
Historial
Integrado no MNAC em 1914.

Exposições
Lisboa, 1947, 11; Paris, 1987, 153, p.b.; Lisboa, 1988, 153, p.b.; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005.

Bibliografia
PARIS, 1926, 840; Roteiro Ilustrado de Lisboa e Arredores de Lisboa. Guia de Portugal Artístico, 1935, 162, p.b.; Portugal: A arte, os monumentos, a paisagem, os costumes, as curiosidades, s.d. (c. 1936), 19, p.b.; BRAGANÇA, s.d. (c. 1936), 14; A obra de Soares dos Reis, 1940, XLI, p.b.; GRAÇA, 1941; Porto, 1943, 222, p.b.; PAMPLONA, 1943, 222, 217, p.b.; Porto, 1945, 137; GUSMÃO, 1947, 1056, 1947, 114; MACEDO, 1947, 17, p.b.; BARREIRA, 1948, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. IV; FRANÇA, 1967, vol. I, 457; FRANÇA, 1981, 68, p.b.; RIO-CARVALHO, 1986, 136; FRANÇA, 1988, 39; FRANÇA e COSTA, 1988, 182, p.b.; LAPA, 1994, 82, cor; PEREIRA, 1995, 349; Porto, 1999, 75; MACEDO, s.d., 398.
Obra quase acabada, foi a penúltima em que Soares dos Reis trabalhou. O seu sintetismo confere-lhe uma serenidade hierática. A distribuição dos valores do claro-escuro é realizada com uniformidade criando uma envolvência pronunciada pela transparência do mármore, que iguala os valores da carnação, do cabelo e do panejamento e transforma a materialidade da escultura em sensação. O facto de a retratada se não reconhecer na escultura e por isso a ter recusado é exemplificador da distância a que Soares dos Reis se situa do naturalismo das obras anteriores. Entender esta como um retrato símbolo do espírito ou de uma raça, não nos parece a leitura mais apropriada, porquanto o que aqui se joga e afirma é uma expressão do escultórico que, na sua desmaterialização e apresentação enquanto sensação, revela os limites de si próprio.

Pedro Lapa