D. Sebastião

, 1877

José Simões de Almeida Júnior (Tio)

Mármore

136 × 42 × 57 cm
assinado e datado
Inv.
Historial
Após a exposição da Sociedade Promotora das Belas-Artes em Portugal, em 1874, o rei D. Luís encomendou ao artista a passagem do gesso a mármore de Carrara, e integrou a peça na colecção real. Depósito do Palácio Nacional da Ajuda em 1924.

Exposições
Lisboa, 1874. Paris, 1878; Lisboa, 1939, 10; Lisboa, 1971, 18, p.b.; Paris, 1987 – 1988, 101, p.b.; Lisboa, 1988, 101, p.b.; Porto, 1999 – 2000, 114, cor; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005.

Bibliografia
O Occidente, 1878, 116, p.b.; ARTHUR, 1896, 135; BRAGANÇA, c.1936, 15; MENDES, 1944, 134; PAMPLONA, 1954, vol. IV; FRANÇA, 1967, vol. I, 460, p.b.; Camões nas Colecções do Museu Nacional de Arte Contemporânea, 1972, 45, p.b.; Jornal de Figueiró dos Vinhos, 1985, 8, cor; COSTA, 1987, 11, p.b.; FRANÇA e COSTA, 1988, 151, p.b.; O Romantismo em Portugal: Estudo de Factos Socioculturais, 1993, 505; SILVEIRA, 1994, 84, cor; PEREIRA, 1995, 351; TEIXEIRA, 1999, 176; As Belas-Artes do Romantismo em Portugal, 1999, 345, cor, 50.
Um jovem rei, pensativo e cabisbaixo, projecta sonhos em África e identifica-se com a figura idealizada de D. Sebastião. Representado numa postura delicada, de linhas sinuosas, percorridas por intencionais signos, exprime um gosto realista com ressonâncias maneiristas através do modelado do corpo, que à roupa adere, do pregueado natural dos tecidos, gostosamente trabalhados, do ondulado do cabelo e da gola. A pose elegante, a capa, a espada, a insígnia da Ordem de Cristo e o volume da História de Portugal conferem à personagem atributos, ou seja, significantes de um momento despoletador de uma catástrofe que se pretendera momento de glória.
A vivacidade do personagem, expressivamente decidido, ultrapassa o material marmóreo utilizado, e na visão patriótica e idealista do crítico António Enes, cada linha corresponde a “uma ideia, (sendo) o conjunto uma história ou um poema”.

Maria Aires Silveira
 

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