Catacumbas (estudo)
, c. 1882
Henrique Pousão
Óleo sobre madeira
16,3 × 9,8 cm
16,3 × 9,8 cm
Inv. 96/ 41 Pin
Historial
Integra um conjunto de estudos de Pousão que foram doados pelo pai do artista à Academia Portuense de Belas-Artes em 1884 e integrados no MNSR em 1933. Colecção do MNSR em depósito no MNAC – Museu do Chiado
Exposições
Porto (1983), 24; Vila Viçosa, Lisboa, Porto, 1984, 198; Porto, 1996, 152.
Bibliografia
TEIXEIRA, 1984, 108, 198; MATIAS, 1986, 29, 133; RODRIGUES, 1998, 66 – 67.
Integra um conjunto de estudos de Pousão que foram doados pelo pai do artista à Academia Portuense de Belas-Artes em 1884 e integrados no MNSR em 1933. Colecção do MNSR em depósito no MNAC – Museu do Chiado
Exposições
Porto (1983), 24; Vila Viçosa, Lisboa, Porto, 1984, 198; Porto, 1996, 152.
Bibliografia
TEIXEIRA, 1984, 108, 198; MATIAS, 1986, 29, 133; RODRIGUES, 1998, 66 – 67.
O conjunto de pequenos formatos de Pousão, que aqui se apresentam, foram realizados em Itália, durante os derradeiros anos da sua vida, em 1882 – 83.
Registe-se, em primeiro lugar, uma vista ao longe, Castelo de Santo Ângelo – construída numa situação de mobilidade manchista do movimento urbano.
Desta estruturação impressionista da composição, reforçando os valores de instantâneo do motivo, transita-se para Roma, Portão e casa vermelha, Catacumbas e, sobretudo, Rua de Capri. Nestes dois últimos casos, o formato em altura das pequenas tábuas acentua-se no desenrolar ascendente dos alçados, ‘saindo’ para fora do suporte. Cria-se um espaço densificado e estreito onde a arquitectura é presença impositiva, embora modulada pelos rasgos dos vãos e o trabalho das sombras, densas também sobre o chão e as paredes, espelhando-se subtilmente sobre o fundo. A presença da mancha verde do portão de Rua de Capri cita um motivo de fechamento do espaço perspéctico, jogando com o vão aberto superior, nimbado pela vegetação. Assim o dentro e fora, e neles a ambiguidade visual dos espaços e a mobilidade das sombras, são o tema fundamental deste trabalho.
Finalmente, registem-se os estudos para Casas brancas de Capri, imobilizando os volumes mediterrânicos sobre os valores ‘dissonantes’ da atmosfera e da vegetação cujas sombras materializam uma espessa luz colorida, segundo a poética pessoal que o pintor desenvolveria na obra final.
Raquel Henriques da Silva
Registe-se, em primeiro lugar, uma vista ao longe, Castelo de Santo Ângelo – construída numa situação de mobilidade manchista do movimento urbano.
Desta estruturação impressionista da composição, reforçando os valores de instantâneo do motivo, transita-se para Roma, Portão e casa vermelha, Catacumbas e, sobretudo, Rua de Capri. Nestes dois últimos casos, o formato em altura das pequenas tábuas acentua-se no desenrolar ascendente dos alçados, ‘saindo’ para fora do suporte. Cria-se um espaço densificado e estreito onde a arquitectura é presença impositiva, embora modulada pelos rasgos dos vãos e o trabalho das sombras, densas também sobre o chão e as paredes, espelhando-se subtilmente sobre o fundo. A presença da mancha verde do portão de Rua de Capri cita um motivo de fechamento do espaço perspéctico, jogando com o vão aberto superior, nimbado pela vegetação. Assim o dentro e fora, e neles a ambiguidade visual dos espaços e a mobilidade das sombras, são o tema fundamental deste trabalho.
Finalmente, registem-se os estudos para Casas brancas de Capri, imobilizando os volumes mediterrânicos sobre os valores ‘dissonantes’ da atmosfera e da vegetação cujas sombras materializam uma espessa luz colorida, segundo a poética pessoal que o pintor desenvolveria na obra final.
Raquel Henriques da Silva