Retrato do pintor Ezequiel Pereira
, 1903
Duarte Faria e Maia
Óleo sobre madeira
28 × 25 cm
28 × 25 cm
assinado e datado
Inv. 1365
Historial
Doação do filho do retratado, Cesário Pereira, em 1949.
Exposições
Lisboa, 1951, 35.
Bibliografia
SILVA, 1994, 193, cor.
Doação do filho do retratado, Cesário Pereira, em 1949.
Exposições
Lisboa, 1951, 35.
Bibliografia
SILVA, 1994, 193, cor.
Notável pintura de um artista açoriano sem destaque crítico, este Retrato do pintor Ezequiel Pereira revela uma rara implantação no espaço breve da tela, conduzindo o espectador a completar mentalmente a figura inteira do modelo sentado que, no entanto, só o busto revela. Esta situação dinâmica acentua‑se pelo jogo lumínico estabelecido pelas mãos expressivas que sugerem uma diagonal luminosa ao longo dos castanhos densos do fato, inflectindo depois para encontrar a oblíqua do rosto, tranquilo e conivente com o trabalho do pintor.
O motivo arquitectónico da portada emoldurada estabiliza a figura, envolvendo-a numa profundidade mais plástica do que naturalista e a sua soturna luz alarga-se ao medalhão esculpido no lado oposto, metáfora talvez do retrato aqui assumido como iconografia pictórica. Salientem-se também as marcas mínimas dos brancos densos que nos punhos e nos colarinhos concentram a luz e o modelado tonal do rosto, onde o olhar cansado, quase baço, reforça como que uma clássica sugestão expressionista representada em primeiro lugar pela imagem pregnante das mãos.
Raquel Henriques da Silva
O motivo arquitectónico da portada emoldurada estabiliza a figura, envolvendo-a numa profundidade mais plástica do que naturalista e a sua soturna luz alarga-se ao medalhão esculpido no lado oposto, metáfora talvez do retrato aqui assumido como iconografia pictórica. Salientem-se também as marcas mínimas dos brancos densos que nos punhos e nos colarinhos concentram a luz e o modelado tonal do rosto, onde o olhar cansado, quase baço, reforça como que uma clássica sugestão expressionista representada em primeiro lugar pela imagem pregnante das mãos.
Raquel Henriques da Silva