Bernardim Ribeiro

, 1907

António Augusto da Costa Mota

Bronze
Carimbo do fundidor: Venâncios Fundiram 1907


109 × 60 × 35 cm
assinado e datado
Inv. 42
Historial
Adquirida ao autor em 1908 – 09, através do Legado Valmor. Integrada no MNAC em 1911.

Exposições
Rio de Janeiro, 1908, 169 p.b.; Lisboa, 1909, 209 p.b.; Lisboa, 1911, 207; Lisboa, 1918, 149; Lisboa, 1945; Luanda, Lourenço Marques, 1948, 85; Caldas da Rainha, 2005, 291, cor.

Bibliografia
Portugal na Exposição Nacional do Rio de Janeiro, 1908, 147; O Século, 3 de Janeiro, 1929, p.b.; BRAGANÇA, s.d. (c. 1936), 15; PAMPLONA, 1943, 209 e 212; PAMPLONA, 1954, vol. I; FRANÇA, 1967, vol. II, 214, p.b.; FERREIRA e VIEIRA, 1985, 325, p.b.; História da Arte em Portugal: do Romantismo ao fim do século, vol. 11, 1986, 141, cor; SILVA, 1994, 91, cor; As Belas-Artes do Romantismo em Portugal, 1999, 76; Malhoa e Bordalo: Confluências de uma geração, 2005, 172, cor.
Escultor de formação lisboeta, que não foi completada com o habitual estágio parisiense, Costa Mota foi um operoso estatuário com obra abundante em todo o país, particularmente na capital. Possuía reconhecido saber académico com que moldou, consoante o sentido das encomendas, rostos e corpos de heróis, literatos, as recentes figuras políticas.
Neste contexto, Bernardim Ribeiro representa um desejo de autonomia poética. Veiculado tardiamente ao gosto neo-medieval, com ressonâncias de uma estética troubadour, como que naturalizada, ele inventa o rosto e o corpo do primeiro romancista português.
Saliente-se a melancolia da pose, o abandono dos membros e o rosto de perfil rimando, num contraste formal e lumínico, com o contorno abandonado do bandolim. Sem ultrapassar a mediania da execução, o escultor envolve a figura numa aura romântica de despaisamento temporal que prolongava, nos primeiros anos do século, o sentimentalismo como expediente plástico.

Raquel Henriques da Silva