Viúva da Nazaré

, 1958

Varela Pécurto

Prova fotográfica em gelatina sal de prata (cloro brometo)

30 × 40 cm
assinado e datado
Inv. 2939
Historial
Doação do autor em 2006.

Exposições
Vila Franca de Xira, 2009, 64, p.b.; Cuenca, 2010.

Bibliografia
TAVARES, 2009, 149, p.b.
A vila piscatória da Nazaré e os seus habitantes foram, sem dúvida, um dos locais de eleição de toda uma geração de fotógrafos, incluindo os estrangeiros de renome que desde a década de 50 visitaram e fotografaram Portugal. O «pitoresco» e o simbolismo marítimo, trágico e realista das vidas que aí decorriam foi motivo abundante para múltiplas abordagens. Neste caso, as referências iconográficas ao tema cristão da maternidade são evidentes, e a imagem é composta de forma a que a intensidade dramática conviva com a compaixão do momento. O manto negro da «viúva» abrange toda a mancha da imagem, o que confere todo o significado ao seu contexto, para além de remeter para uma condição não individual, mas que estava implícita na vivência social feminina da Nazaré. A «viúva» surge assim como o retrato, não de uma mulher em particular, mas de uma realidade social que, pela sua dureza e falta de condições, remetia as famílias dos pescadores para uma situação de drama e precariedade.

Emília Tavares
 

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