Eva

, 1891

Tomás Costa

Mármore

200 × 33 cm (diâmetro da base)
assinado e datado
Inv. 208
Historial
Integrado no MNAC em 1914.

Exposições
Paris, 1891.

Bibliografia
PARIS, 1926, 841; BRAGANÇA, Portugal: A arte, os monumentos, a paisagem, os costumes, as curiosidades, s.d. (c. 1936), 16; PAMPLONA, 1943, 234, p.b.; História da Arte em Portugal, vol. 3, 1953, 548, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. I;  FRANÇA, 1967, vol. II, 212, p.b.; Portuguese 20th century artists: a biographical dictionary, 1978, pl. 111; História da Arte em Portugal: do Romantismo ao fim do século, vol. 11, 1986, 141; SILVA, 1994, 88, cor.
Esta imagem excessiva de uma Eva encenando a metáfora do pecado representa bem todos os equívocos da prática escultórica académica fim de século. Por um lado, havia a fidelidade a modelos e cânones, veiculados através de um ensino rígido e exigente. Mas havia também uma crescente liberdade subjectiva, numa vontade de fuga ou uma rebeldia porque o dinamismo da prática artística – o que de importante se inventava – estava a sair para fora dos circuitos intemporais da Escola.
Artistas modestos como Tomás Costa nunca souberam resolver este conflito: os braços da Eva alongam-se mas não adquirem nenhuma nova beleza, o nu respira materialidade mas não consubstancia nenhuma realidade plástica, o gesto suspende-se teatralmente mas não adquire espessura significante.

Raquel Henriques da Silva
 

Outras obras do artista