The Four Chambered Heart
, 2009
Filipa César
Vídeo (HDV), cor, som, 28’ 30’’
Inv.
Historial
Colecção António Cachola. Depositado no MNAC- Museu do Chiado em 2011.
Exposições
Cartagena; 2009-2012, Holon; 2009, Berlim; 2009, Lisboa, 2011.
Bibliografia
RODRIGUES (et.al.), 2010.
Colecção António Cachola. Depositado no MNAC- Museu do Chiado em 2011.
Exposições
Cartagena; 2009-2012, Holon; 2009, Berlim; 2009, Lisboa, 2011.
Bibliografia
RODRIGUES (et.al.), 2010.
“The heart has four chambers”. A frase do filme de Jean Rouch, La Pyramide Humaine (1959), é devolvida ao espectador por um dos intervenientes no vídeo. O sentido anatómico da citacção confunde-se, aqui, com uma outra anatomia, que caracteriza o processo de trabalho da artista, ao desmontar La Pyramide Humaine dissecando as suas questões fundamentais, o método, os atores e o ponto de partida: provocar e registar um diálogo entre dois grupos de jovens de comunidades distintas. Durante uma residência artística em Israel, em 2007, Filipa César recria e recontextualiza essa situacção inicial, ao reunir estudantes de cinema israelitas (árabes e hebreus) para verem e discutirem o filme de Rouch. A pergunta “O que é cinema?”, colocada por um dos personagens de Le Passeur (2008), constituiu também um tema central da obra e atravessa todo o debate entre os estudantes, que questionam as fronteiras entre ficção e documentário, realidade e manipulacção. A discussão rapidamente ultrapassa o filme de Rouch, abrangendo as tensões sociais, culturais e raciais entre Israel e a Palestina e a relação entre a Europa e o Médio Oriente. No final, os alunos/atores acabam por conduzir a conversa até ao filme em que participam, interrogando-se sobre o sentido do projeto e, ao faze-lo, devolvem as questões de partida à artista e ao espectador que, nesse processo de expansão e transferência, se torna parte do próprio filme. Obra essencial no percurso da artista, The Four Chambered Heart (2009) investiga a estrutura da criacção cinematográfica e revela de forma eloquente a subjetividade da interpretacção individual, a partir de uma experiência comum.
Helena Barranha
Helena Barranha