Sem título
, 1987
Pedro Calapez
Acrílico e carvão sobre tela
250 × 174,5 cm
250 × 174,5 cm
Inv. 04/ 525
Historial
Adquirida pelo Estado à Galeria EMI-Valentim de Carvalho.
Exposições
Lisboa, 1988, Évora, 1988 e Porto, 1989, s.p.
Bibliografia
Exposição de pintura (...), 1988, s.p.; PERNES (et. al), 2009, 61, cor.
Adquirida pelo Estado à Galeria EMI-Valentim de Carvalho.
Exposições
Lisboa, 1988, Évora, 1988 e Porto, 1989, s.p.
Bibliografia
Exposição de pintura (...), 1988, s.p.; PERNES (et. al), 2009, 61, cor.
A obra sem título de 1987 remete para o período inicial do percurso de Calapez, divergindo de um registo mais insigne que a partir da década de 90 evidencia o trabalho da cor e da mancha, a materialidade do suporte e textura das tintas. A pintura apresenta um fundo preenchido por duas manchas triangulares de cor, um cinzento escuro que avança abruptamente para o lilás sem recurso ao degradê. A transposição das cores é feita por uma diagonal que divide a tela de forma ligeiramente assimétrica, e sobre a qual Calapez desenha com um traço rigoroso, formas e volumes que numa estreita relação com a arquitectura aludem à paisagem urbana. Sendo o desenho a principal estrutura desta composição, o artista trabalha-o com pequenas variações de espessura, jogando constantemente com a ideia de estrutura e de preenchimento. Dá-se assim um imbricamento entre forma e fundo que gera uma dificuldade acrescida à visualização do prolongamento do desenho sobre a zona mais escura da obra. O processo de ocultação, que sobrepõe mancha à linha, terá um contraponto inverso em fases posteriores, onde constrói o desenho riscando sobre a tinta.
Flávia Violante
Flávia Violante