Lisboa, Avenida da Liberdade

, 1957

Carlos Afonso Dias

Prova fotográfica em gelatina sal de prata

40 × 50 cm
assinado
Inv. 2912
Historial
Adquirido pelo Estado ao artista em 2006.

Exposições
Vila Franca de Xira, 2009, 83, p.b.; Cuenca, 2010.

Bibliografia
TAVARES, 2009, 170, p.b.
A sociedade vigiada e oprimida do Estado Novo encontra nesta imagem, de Carlos Afonso Dias, uma das suas mais contundentes alegorias. O fotógrafo foi também um atento, crítico e poético observador citadino, particularmente interessado nas relações antagónicas produzidas numa mesma imagem. É o que acontece neste caso, em que, num segundo plano, é sugerida a velocidade dos carros que atravessam a avenida, através do desfoque e arrastamento da imagem e, num primeiro plano, a figura parada do polícia é focada e surge com todo o detalhe. Nesta oposição formal técnica reside a elaboração da alegoria entre os valores rígidos, autoritários que o polícia encarna, e a «paisagem social» que este vigia, mas que ensaia aqui a sua fuga. Um confronto entre autoridade e liberdade que a imagem enuncia com toda a contundência e capacidade interpretativa.

Emília Tavares
 

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