Alzira

, c. 1938

Hein Semke

Gesso patinado

62,2 × 42,2 × 27,2 cm
Inv. 2587
Historial
Doação de Teresa Balté em 2006.

Exposições
Lisboa, 1941; Lisboa, 1947; Estoril, 1977; Vilamoura, 1987; Lisboa, 2005; Lisboa, 2005.

Bibliografia
Trabalhos em Portugal de 1932-1941, 1941; Exposição de Escultura e Cerâmica de Hein Semke, 1947; A Alegria de Viver, 1977; Exposição Individual na Galeria de Arte de Vilamoura, 1987; BALTÉ, 1989, 56, 65, 74, 97, p.b.; Arte Moderna Portuguesa no Tempo de Fernando Pessoa (...), 1997, 256; Hein Semke 1899-1995, 2005.
Realizada no final da década de 30, Alzira ou filha de Angola, como também foi denominada, é uma escultura inusitada que remete para outras culturas. Este busto de uma jovem africana, tal como acontece noutros trabalhos de Hein Semke, apresenta seccionamentos anatómicos antinaturalistas que criam estranheza. As secções aplicadas abaixo dos ombros e do tórax definem um tronco seco, rígido, de seios púberes, sem feminilidade, trabalhado com acanhada modelação, principalmente os ombros que ganham uma certa desproporção. A cabeça sobressai volumosa, em posição frontal, erecta e inexpressiva, numa fria placidez que fixa com lisura as formas ocidentais do rosto, numa volumetria de nariz, lábios e olhos que em nada reflectem a realidade africana. A ausência de características físicas que validem a referência do título é compensada pelos diversos adornos arcaizantes: a laçada ao pescoço, os brincos de argola, o cabelo apanhado de forma simples.

Adelaide Ginga
 

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