Charneca dos Almos (Alentejo)
, 1898
D. Carlos de Bragança
Pastel sobre papel
44,5 × 115,5 cm
44,5 × 115,5 cm
assinado e datado
Inv. 1331
Historial
Pertenceu ao Conselheiro José Luciano de Castro. Legado de Júlia Seabra de Castro, em 1948.
Exposições
Lisboa, 1898; Lisboa, 1949; Paris, 1987, 220, p.b.; Lisboa, 1988, 220, p.b.; Queluz, 1989, 64; Oeiras, 1998, cor.
Bibliografia
ARHUR, 1903, 240; CAVALHEIRO, Panorama, 1963, cor; FRANÇA, 1967, vol. II, 234; Dicionário Universal: Pintura Portuguesa, vol. 3, 1973, 76; FRANÇA e COSTA, 1988, 251, p.b.; Portuguese 20th century artists: a biographical dictionary, 1978, pl. 112; COSTA, Colóquio/ Artes, 1993, 20; SILVA, 1994, 189, cor; 100 anos do Aquário Vasco da Gama: Homenagem a D. Carlos de Bragança e D. Vasco da Gama, 1998, 23, cor; RODRIGUES, 2000, 195, cor; MACEDO, s.d., 410, p.b.
Pertenceu ao Conselheiro José Luciano de Castro. Legado de Júlia Seabra de Castro, em 1948.
Exposições
Lisboa, 1898; Lisboa, 1949; Paris, 1987, 220, p.b.; Lisboa, 1988, 220, p.b.; Queluz, 1989, 64; Oeiras, 1998, cor.
Bibliografia
ARHUR, 1903, 240; CAVALHEIRO, Panorama, 1963, cor; FRANÇA, 1967, vol. II, 234; Dicionário Universal: Pintura Portuguesa, vol. 3, 1973, 76; FRANÇA e COSTA, 1988, 251, p.b.; Portuguese 20th century artists: a biographical dictionary, 1978, pl. 112; COSTA, Colóquio/ Artes, 1993, 20; SILVA, 1994, 189, cor; 100 anos do Aquário Vasco da Gama: Homenagem a D. Carlos de Bragança e D. Vasco da Gama, 1998, 23, cor; RODRIGUES, 2000, 195, cor; MACEDO, s.d., 410, p.b.
Uma extensa planície alentejana, sublinhada por uma dimensão em faixa horizontal, que deixa o céu ocupar mais de metade do suporte, desvenda a serenidade do seu colorido pela técnica do pastel.
D. Carlos, pintor do Alentejo, confere-lhe sensível melancolia através de um desenvolvimento correcto dos valores lumínicos da estética naturalista. Registe-se o matizado morno da charneca, numa matéria quase transparente, e a interrupção do charco de água onde os azuis-cinzas reflectem, como um espelhamento ou uma rima colorida, as tonalidades da atmosfera e da serra ao fundo. Peça de sentido tardiamente barbizoniano, ela explicita a divulgação do mais longo ciclo estilístico da pintura portuguesa contemporânea resistindo aos reptos da modernidade.
Discípulo do aguarelista Casanova, D. Carlos foi inicialmente criticado por Fialho de Almeida ao considerá-lo entre “os ramos que (…) se esforçam por pintar em português”. Anos mais tarde, em 98, quando observava esta obra, comentaria que o rei poderia não governar “mas pintava, e muito bem; só ele valia quase todo o Grémio Artístico, na exposição de 98”, manifestando assim o impasse de um gosto que não era só dos pintores mas de toda uma sociedade que se convertera aos valores tranquilos de um naturalismo nacionalizado.
Raquel Henriques da Silva
D. Carlos, pintor do Alentejo, confere-lhe sensível melancolia através de um desenvolvimento correcto dos valores lumínicos da estética naturalista. Registe-se o matizado morno da charneca, numa matéria quase transparente, e a interrupção do charco de água onde os azuis-cinzas reflectem, como um espelhamento ou uma rima colorida, as tonalidades da atmosfera e da serra ao fundo. Peça de sentido tardiamente barbizoniano, ela explicita a divulgação do mais longo ciclo estilístico da pintura portuguesa contemporânea resistindo aos reptos da modernidade.
Discípulo do aguarelista Casanova, D. Carlos foi inicialmente criticado por Fialho de Almeida ao considerá-lo entre “os ramos que (…) se esforçam por pintar em português”. Anos mais tarde, em 98, quando observava esta obra, comentaria que o rei poderia não governar “mas pintava, e muito bem; só ele valia quase todo o Grémio Artístico, na exposição de 98”, manifestando assim o impasse de um gosto que não era só dos pintores mas de toda uma sociedade que se convertera aos valores tranquilos de um naturalismo nacionalizado.
Raquel Henriques da Silva