Éguas de manada

, 1929

Dordio Gomes

Óleo sobre tela

106 × 126 cm
assinado e datado
Inv. 1643
Historial
Adquirido pelo Estado em 1956.

Exposições
Lisboa, 1930, 123; Lisboa, 1930, 77; Lisboa, 1945; Porto, 1946, 10; São Paulo, 1953, 18, p.b.; Bruxelas, 1958; Castelo Branco, 2001, 77, cor; Lisboa, 2002; Lisboa, 2005; Lisboa, 2006; Salamanca, 2007, 81, cor; Madrid, 2007, 81, cor; Badajoz, 2007, 81, cor; Lisboa, 2009.

Bibliografia
I Salão dos Independentes, 1930, 123; 27.ª Exposição de Pintura, Pastel e Escultura, 1930, 77; Calendas Expõe Obras, 1945; 20 Anos de Pintura (…), 1946, 10; Arte Moderna Portuguesa, 1953, 18, p.b.; Pavilhão Português da Exposição (…), 1958; CHICÓ (et al.), 1973, 114; FRANÇA, 1974, 167, p.b.; FRANÇA, 1980, 32; MENDES, 1958, p.b.; SILVA (et al.), 1994, 221, cor; SILVA , 1998, 33, cor; SANTOS, 2001, 23, 76, 77, cor; ÁVILA, 2007, 80, 81, cor.


Esta pintura situa-se numa terceira fase da obra do artista; depois de uma primeira marcada pela influência naturalista de Malhoa e de uma segunda, parisiense, em que o Expressionismo e o Cubismo foram vagamente aflorados (como é o caso exemplar da Casas de Malakoff do Museu Nacional de Soares dos Reis, do Porto), os temas do Alentejo natal assumem preponderância numa pintura que retoma os dados construtivos cézannianos, já presentes na fase anterior, e consente algumas memórias fugidias menos comuns no Modernismo português.
Um sentido analítico dos volumes decompõe as superfícies em planos de cor gradados em tonalidades e velaturas de estreita gama cromática, que é, aliás, característica da sua pintura. As sobreposições dos perfis dos cavalos desenvolvem-se com uma alternância de direcções que ritmam a composição. Os cactos do primeiro plano, não só conquistam o espaço aquém da tela, como exaltam uma sugestão selvagem a que os cavalos respondem no seu habitat natural como signo de uma liberdade extrema. A memória da originalíssima pintura de Franz Marc e do seu misticismo animalista torna-se uma plausível referência, mantendo embora irredutíveis diferenças, que durante esta fase teve alguma continuidade na obra do artista.

Pedro Lapa
 

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