Fuencarral

, 1953

Rui Filipe

Óleo sobre tela

65 × 91 cm
assinado
Inv. 1694
Historial
Adquirido pelo Estado ao artista em 1957.

Exposições
Lisboa, 1953, 5; Lisboa, 1953, 22; Coimbra, 1958, 37; Guimarães, 1958, 37; Porto, 1958, 37; Queluz, 1989, 132; Beja, 1992, 235, cor; Lisboa, 1993, 235, cor; Castelo Branco, 2002, 25, cor; Vila Franca de Xira, 2005, 137, cor.

Bibliografia
Exposição de Pintura (…), 1953, 5; Prémio Jovem Pintura 1953, 1953, 22; Exposição Itinerante de Algumas Obras (…), 1958, 37; MNAC: Colecção de Pintura Portuguesa, 1989, 132; GONÇALVES, 1992, 235, cor; SILVA (et al.), 1994, 211, cor; SANTOS, Figuração e Abstracção (…), 2002, 25, cor; Um Tempo e Um Lugar (…), 2005, 137, cor.
Rui Filipe permanece um pintor injustamente esquecido. A memória de Cézanne, que ele muito admirava, transparece nesta articulação de volumes do casario que se parece fundir com as formas sintéticas de uma montanha que se desenha no fundo. As formas escuras e ortogonais das fachadas em primeiro plano contrastam com o jogo poderoso de diagonais do plano intermédio e, por sua vez, com o jogo de contracurvas do plano fundeiro.
O Expressionismo latente no contorno negro e denso das formas reforça-se pela utilização de uma gama de tonalidades sombrias, muito empastadas, que contrastam com dois planos de telhados esverdeados, cuja pincelada, mais nervosa e fragmentada, parece por sua vez devedora da lembrança de Van Gogh. Destaca-se, porém, um plano contracurvado intermédio, branco, cujo tratamento distinto parece anunciar os caminhos de abstracção informalista que o pintor desenvolveria posteriormente.

Raquel Henriques da SIlva