Barco desaparecido
, 1890
José Júlio Sousa Pinto
Óleo sobre tela
73 × 91 cm
assinado e datado
Inv. 54
Historial
Adquirido pelo Legado Valmor em 1906 – 07. Integrado no MNAC em 1912.
Exposições
Paris, 1890; Paris, 1987, 183, cor; Lisboa, 1988, 183, cor; Queluz, 1989, 6; Caldas da Rainha, 1994, 38, cor; São Paulo, 1996, cor; Lisboa, 1998, 185, cor; Lisboa 2005.
Bibliografia
ARTHUR, 1896, 120; Pintura portuguesa no MNAC (...), 1927, 18, cor; A arte, os monumentos, a paisagem, os costumes, as curiosidades. LISBOA, s.d. (c. 1936), 11, p.b.; BRAGANÇA, s.d. (c. 1936), 10; LOPES, 1940, 46 – 47, p.b.; PORTO, 1943, 150; PAMPLONA, 1943, 150; PAMPLONA, 1954, vol. IV; MACEDO, 1951, 5, p.b.; BARREIRA, 1953, 542, p.b.; Um século de pintura e escultura portuguesa, 1965, 23, p.b.; FRANÇA, 1967, vol. II, 50; RIO-CARVALHO, 1986, vol. 11, 76; FRANÇA e COSTA, 1988, 211, cor; Imagens da Família na Arte Portuguesa: 1801 – 1992, 1994, 113, cor; SILVEIRA, 1994, 51, cor; PEREIRA, 1995, 339; O Grupo do Leão e o Naturalismo Português, 1996, 77, cor; Lisboa, FCG, 1998, 198, cor; RODRIGUES, 2000, 194, cor; FIGUEIREDO, 2000, 485, cor; MACEDO, s.d., 400, p.b.
Uma envolvência atmosférica, triste e brumosa, identifica a Bretanha, local adoptivo de Sousa Pinto, representando a face melancólica da sua obra, que aos recantos ensolarados de Portugal, especialmente em Benfica, onde tinha morada, se opunha. Após a sua estada em França como bolseiro (1880) oscila entre duas sensações de luz diferenciadas, reguladas pelos aspectos climáticos de cada uma destas zonas.
O tema, sombrio pela dramaticidade sentimental e algo cenográfica dada à disposição das figuras e dos signos que o identificam (destroços do barco e âncora), remete para uma lamentada tradição marítima, representada pelas mulheres de pescadores, provavelmente da costa da Bretanha.
Esteticamente, Barco desaparecido revela uma marcação para-impressionista, desempenhada fundamentalmente pela névoa que envolve a composição, apesar de se inscrever numa linha de convencionalismo formal que o contorno figurativo não dilui. Em tonalidades suaves, próximas do pastel, técnica que utilizaria habilmente, o pintor desenvolve um naturalismo tardio e ecléctico, influenciado por Bastien-Lepage, Julien Breton ou Albert Besnard, numa cena de grande contenção cromática e mutismo das personagens.
Maria Aires Silveira
O tema, sombrio pela dramaticidade sentimental e algo cenográfica dada à disposição das figuras e dos signos que o identificam (destroços do barco e âncora), remete para uma lamentada tradição marítima, representada pelas mulheres de pescadores, provavelmente da costa da Bretanha.
Esteticamente, Barco desaparecido revela uma marcação para-impressionista, desempenhada fundamentalmente pela névoa que envolve a composição, apesar de se inscrever numa linha de convencionalismo formal que o contorno figurativo não dilui. Em tonalidades suaves, próximas do pastel, técnica que utilizaria habilmente, o pintor desenvolve um naturalismo tardio e ecléctico, influenciado por Bastien-Lepage, Julien Breton ou Albert Besnard, numa cena de grande contenção cromática e mutismo das personagens.
Maria Aires Silveira