No Tejo (Marinha)
, 1897
João Vaz
Óleo sobre tela
94 × 152 cm
assinado
Inv. 59
Historial
Oferta do artista como Académico de Mérito. Integrado no MNAC em 1912.
Exposições
Lisboa, 1913, 59; Lisboa, 1932, 3; Lisboa, 1941, 111; Lisboa 1949, 3; Setúbal 1949, 4; Lisboa, 1955; Almada, 1961, 4; São Paulo, 1996, cor; Lisboa, 2005; Caldas da Rainha, 2005, 276, cor; Istambul, 2009, 5.
Bibliografia
Pintura portuguesa no MNAC(...), 1927, 21, cor; PAMPLONA, 1943, 135, p.b.; PORTO, 1943, 135, p.b.; PAMPLONA, 1954, vol. IV; MACEDO, 1954, capa, p.b.; PAXECO, 1959, p.b.; RIO-CARVALHO, 1986, vol. 11, 62; LAP, 1994, 50, cor; O Grupo do Leão e o Naturalismo Português, 1996, 73, cor; RODRIGUES, 2000, 195, cor; Malhoa e Bordalo: Confluências de uma geração, 2005, 163, cor; Lisboa, memórias de outra cidade, 2009, 50, cor.
É realmente ao pintar a água que João Vaz demonstra todo o seu ofício. Há um prazer em prolongar os reflexos, sugerindo apenas a impressão através de uma pincelada curta que distribui a cor refractada da luminosidade, criando uma atmosfera vibrante e envolvente. A reverberação da água é enfatizada pelo contraste com a grande mancha escura do barco ancorado. A inclinação deste, bem como as amuradas danificadas, indiciam o seu abandono cerceado pelas inúmeras velas verticais que povoam e animam a marinha até à linha do horizonte.
Revela-se deste modo, na melancolia da cena, uma sugestão poética ensimesmada – cuja marca será o prolongamento da reflexão do barco na água –, servida pelos esquemas de composição tradicionais, relegando a dimensão pictórica do quadro para mero efeito de um gosto. Este aspecto fará escola ao longo das diversas gerações tardo-naturalistas do século XX.
João Vaz pintou ainda outro óleo sobre o mesmo motivo, de semelhança extrema, que haveria de expor na 7ª Exposição do Grémio Artístico em 1897.
Pedro Lapa