Leopoldo de Almeida
Lisboa , 1898 – Lisboa , 1975
Aos 15 anos matricula-se na Escola de Belas-Artes de Lisboa, frequentando o Curso Especial de Escultura entre 1916 e 1920. A sua formação é estruturada com base num classicismo de raízes académicas, marcado pelo gosto pelos cânones gregos, longe de qualquer aproximação modernista, como se pode verificar na sua obra inaugural, O vencido da vida (1922). Em 1926, desloca-se a Paris e a Roma como pensionista do Estado. Apesar de contactar com obras modernas dos escultores Bourdelle, Despiau ou Maillol, mantém-se fiel à sua formação de matriz oitocentista (O fauno, 1927). Regressa a Lisboa em 1929, dando início a uma intensa actividade artística marcada por participações em concursos para monumentos e pelas encomendas estatais. A época em que mais produz coincide com o tempo das grandes obras públicas do Estado Novo e da «política do espírito» de António Ferro, sendo o escultor que mais encomendas executou naquele período. Em 1940, participa na Exposição do Mundo Português, para a qual executa a sua obra mais emblemática: a componente escultórica do monumental Padrão dos Descobrimentos (projecto do arquitecto Cotinelli Telmo, passado a pedra em 1960). A par da actividade como escultor, Leopoldo de Almeida desenvolve uma carreira docente que se inicia em 1934 com o seu ingresso na ESBAL como professor de Desenho de Figura do Antigo e do Modelo Vivo, e que se prolongará até à sua aposentação, em 1965. A sua obra caracteriza-se pela presença constante de uma metodologia clássica nos procedimentos e fundamentos da criação escultórica, mas que, porém, se integra na arte moderna através da simplificação formal, e do tratamento delicado mas vigoroso das linhas e das formas.
Joana Baião
Joana Baião