Fernando Calhau
Lisboa , 1948 – Lisboa , 2002
Durante a juventude praticou gravura na Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses, começando a expor individualmente os seus trabalhos aos 20 anos. Em 1973 formou-se em Pintura na Escola Superior de Belas-Artes, desenvolvendo neste período trabalhos de influência Pop e Minimal, marcados pela experimentação pictórica de materiais sintéticos e pela explorcção das séries. Nesse ano ganhou uma bolsa da Fundacção Calouste Gulbenkian para estudos de pós-graduação em gravura, ingressando na Slade School of Fine Arts (Londres). Em Inglaterra desenvolveu o interesse pela fotogravura e pela fotografia, explorando os aspectos formais e conceptuais que serão decisivos em toda a sua obra: a reprodutibilidade e a serialidade, o monocromatismo, o respeito pela manufactura e o interesse pelo romantismo. Neste período realizou também as suas primeiras experiências em suportes como o vídeo e o filme super 8, através dos quais questiona as relações entre espaço e tempo. Na década de 1980 retornou à pintura, detendo-se em reflexões sobre o suporte, a forma, a escala, a (de) composição de espaços e as relações texto-imagem, questões que trata com grande depuração formal e solidez conceptual. Para além da atividade artística, Calhau teve um importante papel no âmbito da administração cultural, destacando-se os cargos que ocupou na Direcção-Geral de Acção Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, na comissão organizadora do Museu de Arte Moderna do Porto, na orientação da Colecção de arte contemporânea da Caixa Geral de Depósitos e no Instituto de Arte Contemporânea.
Joana Baião
Joana Baião