Paula Rego

Lisboa , 1935

Parte muito nova para Londres, onde inicia estudos na Slade School of Fine Art (1952-1956) e onde desenvolverá a sua atividade artística. Porém, imaginário e os contos populares e as recordações de infância serão as suas fontes principais de trabalho, donde extrairá um léxico figurativo próprio. Manifesta logo no início da sua carreira uma autonomia autoral que a destaca das principais tendências artísticas vigentes, do abstracionismo ao conceptualismo, privilegiando uma linguagem figurativa, através da qual compõe cenas surreais, misturando figuracção e abstracção, com um fino sentido satírico. Na década de 80 as composições complexificam-se acumulando no espaço pictórico uma constelacção de animais ou seres híbridos na maioria dos quais a autora investe uma carga alegórica. Porém, a partir do início dos anos 90, quando se torna na Primeira Artista Associada da National Gallery, em Londres, o contacto com a pintura clássica faz com que as suas composições adquiram uma conceção espacial e figurativa naturalista, originando uma mise en scène que mantém, no entanto, a mesma carga dramática e intrigante transversal aos seus trabalhos. O reconhecimento internacional do seu trabalho dá-se nos anos 90. A sua produção tem sido mostrada desde 1988 (Fundacção Calouste Gulbenkian) retrospetivamente, destacando-se as exposições na Fundacção de Serralves (2004), Tate Britain (2005) e Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia. Em 2009 abriu ao público, em Cascais, a Casa das Histórias Paula Rego, dedicada ao trabalho da artista e do seu marido, Victor Willing.

Leonor Oliveira