António José Patrício
Lisboa , 1827 – Lisboa , 1857
António Patrício teve uma carreira breve e sem brilho, marcada por uma escassa produção e pela morte prematura. As suas origens humildes e a carência de meios financeiros durante toda a vida, dificultaram o seu percurso artístico. Desde cedo exerceu funções de aprendiz na Fábrica de Tabacos em Xabregas. Iniciou os seus estudos de arte com o auxílio do capelão de um convento onde realizara trabalhos.
Foi discípulo do pintor António Manuel da Fonseca, e colega dos artistas da geração romântica na Academia Real de Belas-Artes, onde se matriculou em 1844 para estudar Pintura Histórica. Deu aulas de desenho, pintava costumes populares e cenas de género, com temas de inspiração sentimental e anedótica, numa vertente do romantismo português. Realizou ainda pinturas decorativas nos tectos das igrejas lisboetas de S. João da Praça, mais tarde destruído por um incêndio, e das Mercês.
O seu primeiro êxito foi alcançado em 1856 na 3ª Exposição Trienal da Academia com a obra A Interrupção da Leitura, mais tarde intitulada A Avó, afectuosa cena familiar. Explora situações de dramático sentimentalismo (Tempestade e Despedida), realizadas pouco antes de morrer.
Cristina Pieske