Revelando grande vocação para as artes, fez o curso preparatório de Desenho e Pintura na Escola-Oficina n.º 1, em Lisboa. Em 1919 ingressa na Escola de Belas-Artes de Lisboa onde, juntamente com os seus colegas e amigos Sarah Afonso e Ruy Roque Gameiro, foi discípulo de Columbano e de Carlos Reis. Em 1929, viveu em Paris, para estudar e aperfeiçoar a sua técnica artística. Ainda estudante, José Tagarro distingue-se como desenhista, principalmente de retratos. Executa também ilustrações para livros e revistas, colaborando com maior assiduidade na Seara Nova, periódico com o qual se identifica ideologicamente. As raras incursões que faz na pintura são marcadas pela forte presença do desenho, como é revelado no Auto-retrato onde se representa duplamente, misturando pintura e desenho. Membro da segunda geração de modernistas, participa activamente em diversos eventos artísticos: apresenta desenhos no II Salão de Outono organizado pela revista Contemporânea (1926), concorre às exposições anuais da Sociedade Nacional de Belas-Artes (1927, 1929), expõe individualmente em Lisboa (1928 e 1929) e no Porto (1930) e é membro organizador dos I e II Salões Independentes (1930 e 1931). Após o seu falecimento precoce, um grupo de amigos homenageia-o através de uma grande exposição das suas obras na Sociedade Nacional de Belas-Artes (1932) e o Secretariado Nacional de Informação institui um prémio anual de desenho e aguarela com o seu nome (1944).

Joana Baião