Emérico Nunes
Lisboa , 1888 – Sines , 1968
Admirador dos desenhos de Leal da Câmara e das publicações satíricas de Rafael Bordalo Pinheiro, Emérico Nunes estreia-se precocemente, editando com apenas dez anos um semanário humorístico – A Risota –, com textos e desenhos da sua autoria. Depois de terminar o curso comercial no Liceu Politécnico de Lisboa, o seu pai inscreve-o na Escola de Belas-Artes de Lisboa. Em 1906 parte para Paris, onde frequenta a Académie Julien e a École des Beaux-Arts. Neste período pinta paisagens e executa caricaturas. Em 1910 viaja por Inglaterra, Holanda e Bélgica, no ano seguinte participa na Exposição Livre, em Lisboa. Ainda em 1911 parte para Munique. Estuda na Kunstakademie e começa a trabalhar no jornal Meggendorfer Blätter. Com o eclodir da Primeira Guerra Mundial em 1914 muda-se para a Suíça, e no ano seguinte inicia a publicação de Quim e Manecas em O Século Cómico. No final da guerra regressa a Portugal e expõe com os Humoristas Portugueses em Lisboa. Vive o período pós-guerra entre Lisboa e Munique, mas a ascensão do movimento nacional-socialista na Alemanha decide o seu regresso para Portugal. Durante as décadas de 20 e 30 trabalha para inúmeros periódicos ilustrados e para as secções de publicidade da Vacuum e da Companhia Industrial Portugal e Colónias. A partir de 1937 passa a integrar as equipas de decoração de pavilhões expositivos, salientando-se a sua colaboração na Exposição Universal de França (1937), na Feira Internacional de Nova Iorque (1939), na Exposição do Mundo Português (1940) e na Feira Popular de Lisboa (1951). Ainda em 1951 organiza a exposição de Arte Sacra Missionária em Lisboa, pela qual é agraciado pelo Papa Pio XII com a comenda da Ordem de S. Silvestre. Em 1960, após uma cirurgia, Emérico Nunes fica com a saúde gravemente abalada. Nesse período retira-se para Sines, onde viria a falecer em 1968.
Joana Baião
Joana Baião