Diogo de Macedo

Mafamude , 1889 Lisboa , 1959

Na sua juventude, frequenta a casa de Fernandes Caldas, santeiro e seu primeiro mestre. Em 1902 ingressa no curso de Escultura da Academia Portuense de Belas-Artes, por sugestão de Teixeira Lopes. Conclui o curso em 1911, ano em que parte para Paris. Os escultores Bourdelle e Rodin serão os grandes influenciadores do seu trabalho. Em 1913 participa no Salão dos Artistas Franceses e realiza a primeira exposição individual, no Porto. Em 1915 participa no 1.º Salão dos Humoristas do Porto, com desenhos assinados sob o pseudónimo de «Maria Clara». Nos anos seguintes divide a sua actividade entre o Porto, Lisboa e Paris e, em 1921, fixa-se na capital francesa. Esta fase é marcada pela intensa vida social e actividade profissional, esculpindo, escrevendo e organizando exposições (destaque, em 1923, para a exposição 5 Independentes, em Lisboa). Da sua fase parisiense destaca-se o grupo escultórico L’Adieu ou Le pardon (1920), obra gestualmente estática que alia uma sensibilidade neo-romântica e uma conotação simbolista a uma dimensão formal e plástica cosmopolita e moderna. Em 1926 estabelece-se em Lisboa e em 1930 publica a sua primeira obra (14, Cité Falguière, memórias dos tempos de Paris). Nos anos seguintes mantém a produção artística, respondendo a encomendas privadas e oficiais. Em 1941, após viuvez, renuncia à escultura e dedica-se à actividade literária. Publica biografias de artistas, estudos, separatas, prefácios de catálogos de exposições. Em 1944 é convidado a dirigir o Museu Nacional de Arte Contemporânea, cargo que mantém até ao final da vida. Em 1946 torna a casar e, dois anos depois, é incumbido pelo Ministério das Colónias para dirigir e acompanhar uma exposição itinerante de Artes em Angola e Moçambique. Na década de 1950 é convidado a organizar os processos de classificação dos imóveis de interesse público, actividade que mantém a par da participação em certames artísticos e da escrita de críticas e ensaios sobre assuntos de arte e de museologia.

Joana Baião