Piso 2 - Sala Dos Fornos
entrada: Condições GeraisA Imagem Paradoxal
Francisco Afonso Chaves (1857-1926)
Quarta-feira dia 12 de outubro de 2016 às 18h30 no átrio do MNAC na rua Serpa Pinto.
Conferência Internacional Stereo and Immersive Media - Photography and Sound Research 2016
27, 28 e 29 de Outubro 2016
Universidade Lusófona, Lisboa
Faculdade de Belas Artes, Universidade de Lisboa, Lisboa
Programa:
http://stereoimmersivemedia.ulusofona.pt/wp-content/uploads/sites/45/2015/05/Program-SI-Media-2016.p...
A Imagem Paradoxal: Francisco Afonso Chaves (1857-1926)
(Parte II)
A presente exposição integra a trilogia dedicada ao naturalista açoriano Francisco Afonso Chaves. Inclui ainda a exposição inaugural patente desde Outubro de 2016 no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, em Lisboa, e a que encerra este projeto no Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, Açores, a partir de 23 de Março de 2017.
As três exposições abordam a singularidade do trabalho fotográfico de Afonso Chaves, executado quase exclusivamente no processo de estereoscopia, e assente numa rara interação e até fusão entre arte e ciência, combinando a curiosidade do cientista e a sensibilidade do fotógrafo.
A exposição patente no MUNHAC privilegia as diferentes facetas do seu trabalho como naturalista, em particular a contribuição para a meteorologia, e o modo como a fotografia se tornou inseparável das suas explorações e investigações científicas. A reputação nacional e internacional que adquiriu, bem como a extensa rede de contactos que manteve, fariam dele uma das figuras fundamentais para o conhecimento e divulgação, na área das ciências naturais, dos Açores.
As imagens que Afonso Chaves criteriosamente captou entre 1901 e 1926, ano da sua morte, revelam o cientista que encontrou no processo estereoscópico um elemento fundamental do seu trabalho de observação, registo e arquivo. Do mesmo modo, o seu papel na formação do Serviço Meteorológico dos Açores e na posterior criação de um serviço meteorológico internacional, contributo que viria a ser tão importante nacional e internacionalmente, combinar-se-ia com as funções de primeiro diretor do Museu Carlos Machado e o alargamento à arte e à etnografia das coleções de história natural que estiveram na sua origem.
Afonso Chaves foi um cientista da sua época, formado na Escola do Exército e na Politécnica, mas com uma rara dimensão de futuro na sua abordagem da ciência, na sua sensibilidade tecnológica e na sua evocação e representação poética e filosófica do mundo natural. As imagens aqui apresentadas incidindo mais sobre a pura matéria científica, não deixam de revelar o cientista fascinado com a força telúrica e ancestral da paisagem açoriana, tal como testemunham o seu cosmopolitismo, feito de viagens e contactos com a comunidade científica internacional mais reputada do seu tempo, e o amplo conhecimento da cultura visual ocidental.
A exposição é uma produção do MNAC-Museu do Chiado, do Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC) e do Museu Carlos Machado (MCM), com o apoio da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (Belas-Artes ULisboa), do CIEBA e da FCT.
Victor dos Reis
Emília Tavares