A violência no intervalo: política, experiência e discurso
Colóquio integrado na exposição de Leslie Thornton «Olhar dia, após dia, após dia», programação Sala Sonae integrada no âmbito do Festival Temps d'Image 2014
15 de Novembro | 10h30/17h30 | Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado
Entrada livre
Organização: Unipop
Na arte como na ciência, e nos seus cruzamentos, percorrer o tema da violência assemelha‐se ao ato de caminhar sobre uma corda bamba, ao abrigo de um complicado e ambíguo balanço entre perigo e potência. O intervalo entre experiência direta e articulação discursiva da violência será, pois, motivo para refletir sobre a mediação da cultura – como perceção, reconhecimento e compreensão, mas também expressão e comunicação –, que ora estrutura ora desafia sensibilidades dominantes, as mais das vezes organizadas por uma moral fundada na dicotomia entre violência e a sua ausência.
Para esta conversa, a UNIPOP propõe como ponto de partida um conjunto de questões que parecem ser comuns a campos tão diversos como o cinema, a literatura, a música, a história, a antropologia ou a política. Em que condições é possível uma aproximação a situações de violência e quais as relações que se estabelecem com quem nelas está diretamente implicado? Como reivindicar ou contestar a sua legitimidade? Que importância é dada à política da representação, no nexo entre intenção comunicativa e receção, ou mesmo reapropriação, dos seus sentidos? Como são ponderados (des)equilíbrios entre exposição e mobilização de emoções, sentimentos e experiências pessoais? Que riscos e possibilidades são considerados nas práticas de mistificação ou esteticização da violência e da resistência? Quais as estratégias para desafiar géneros discursivos dominantes? Como se tem pensado a sua eficácia?
Programa
10h30: Painel 1 A arte filmada
Com João Canijo e Teresa Villaverde
Moderação por Tiago Baptista
11h45: Coffee break
12h: Painel 2 Poética da violência
Com Golgona Anghel e André Dias
Moderação por António Guerreiro
13h15: Intervalo para almoço
14h30: Painel 3 A ciência da violência
Com Mariana Carrolo e Ricardo Campos
Moderação (a definir)
15h45: Coffee break
16h: Debate final com todos os participantes
Moderação por Miguel Cardoso
17h30: Encerramento
Oradores e moderadores
João Canijo é cineasta. Realizou, entre outros, os filmes 'Noite escura' (2004), 'Fantasia lusitana' (2010) e 'Sangue do meu sangue' (2011).
Teresa Villaverde é cineasta. Realizou, entre outros, os filmes 'Três irmãos' (1994), 'Os mutantes' (1998) e 'Transe' (2006).
Tiago Baptista é conservador e investigador na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema. É docente no programa CIEE da Universidade Nova de Lisboa e na Universidade Católica Portuguesa e investigador associado do Instituto de História Contemporânea da UNL. É membro fundador e actual presidente da AIM – Associação de Investigadores da Imagem em Movimento e co‐editor da 'Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento'.
Golgona Anghel é autora de diversos livros de poesia, como 'Vim porque me pagavam' (2011) e 'Como uma flor de plástico na montra de um talho' (2013), e organizou a publicação dos 'Diários' de Al Berto (2012). É investigadora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É membro da Unipop.
André Dias é doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa e professor de Som e Imagem na ESAD – Caldas da Rainha. Trabalha sobre as relações entre cinema e filosofia política.
António Guerreiro é crítico no jornal 'Público', tradutor e ensaísta.
Mariana Carrolo é doutoranda em História da Arte Contemporânea na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com uma tese subordinada ao tema «Arquitectura Prisional Portuguesa: Forma, Experiência e Representação do Espaço. O Estabelecimento Prisional de Monsanto».
É membro convidado do Instituto de História de Arte (IHA) da FCSH‐UNL. Lecciona no estabelecimento prisional de Monsanto desde 2009.
Ricardo Campos é licenciado e mestre em Sociologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e doutorado em Antropologia Visual pela Universidade Aberta. É investigador do CEMRI – Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais da Universidade Aberta. É igualmente um dos editores da revista 'Cadernos de Arte & Antropologia' e membro do grupo de pesquisa internacional On Walls.
Miguel Cardoso é mestre em English Studies em Birkbeck College, University of London, onde agora prossegue os seus estudos doutorais. Lecciona no Centre for International Exchange Education (Lisboa) e na Universidade Lusófona, no programa de mestrado Erasmus Mundus Docnomads. Desenvolve estudos no cruzamento das áreas de Estudos Modernistas e Teoria Crítica. Publicou, entre outros, os livros de poesia 'Pleno Emprego' (2013), 'Os engenhos necessários' (2014) e 'Fruta feia' (2014). É membro da Unipop.